Rei do gado em Pantanal, José Leôncio (Marcos Palmeiras) é o típico galã que chama a atenção das mulheres. Não à toa, o personagem encantou Madeleine (Bruna Linzmeyer, depois Karine Teles), Filó (Leticia Salles/Dira Paes), Irma (Malu Rodrigues/Camila Morgado) e até a prostituta Generosa (Giovana Cordeiro) na novela das 9 da Globo. O sucesso, entretanto, não foi o mesmo com os filhos. Pai de três, o protagonista ainda não se deu conta da péssima figura paterna que foi, ou melhor, a que não foi.
Antes interpretado por Renato Góes, o personagem se envolveu com a patricinha e teve Jove (Jesuíta Barbosa), seu herdeiro legítimo. Apesar de ter tido vontade de criar o menino sozinho, o largou com a família materna dele enquanto tocava a vida no Centro-oeste brasileiro. Obviamente, Zé pagava pensão, mas não fez questão de entrar em contato com ele de nenhuma forma. O reencontro, após quase vinte anos, não poderia ser um choque de cultura maior: um verdadeiro peão de um lado e um jovem de classe média do Rio de Janeiro do outro.
Ao lado de Filó, Zé criou Tadeu (José Loreto) como se fosse filho, e ao mesmo tempo como se não fosse. Funcionário da fazenda, o personagem sonha em ter o reconhecimento e o amor de Leôncio, mas sente que a relação transita entre o afeto rarefeito e o desprezo. Se Bruno Luperi, autor da adaptação, não mudar o rumo da obra escrita originalmente por Benedito Ruy Barbosa, mais tarde o público verá que o “bastardo” não é filho biológico do protagonista, que sempre soubera da verdade. O que explica o tratamento diferenciado, mas não justifica a frieza com aquele que sempre demonstrou lealdade e interesse em tocar a fazenda sem más intenções.
Nesta semana, o fazendeiro ainda descobriu que tinha um filho perdido, José Lucas de Nada (Irandhir Santos), fruto do dia em que perdeu sua virgindade com a garota de programa. Preocupado com a informação, o bruto ainda patina e não sabe se manda o peão para bem longe de sua propriedade ou se constrói um relacionamento com ele.
Com o saldo, Zé Leôncio consegue o feito de ser um pai ausente de três maneiras diferentes. Não esteve presente na criação de Jove, nunca reconheceu Tadeu como filho e nem sabia da existência de José Lucas. Um verdadeiro combo do abandono paternal, algo que não passou despercebido do público de Pantanal nas redes sociais.