Candidato à Presidência pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), Padre Kelmon foi exposto como auxiliar do presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição pelo PL (Partido Liberal) durante o debate VEJA neste sábado, 24. O sacerdote, que na verdade nunca atuou em igrejas, foi questionado pelo jornalista Márcio Gomes, da CNN Brasil, sobre cotas raciais. “O senhor neste debate teria a chance de apresentar ideias, propostas, mas parece que veio mais para defender o governo do que apresentar suas ideias. Então vamos falar de ideias, lei de cotas, que completou neste ano 10 anos. É inegável a dívida histórica que esse país tem com os negros, inegável também o quanto os negros tiveram acesso a universidades públicas graças à lei. Eu pergunto a sua visão sobre a lei de cotas, se precisa mudar”, perguntou o jornalista.
Em resposta, Kelmon se esquivou da associação a Bolsonaro e respondeu ser contra as cotas: “Vocês falam tanto de lei de cotas, de negros, parece que pregam uma política para realmente levar o brasileiro a se odiar. O preto, o branco, o índio. Esses, isso aí é miscigenação, é nossa cultura, nossa raça. Vocês dividem cada vez mais, inventam argumentos para colocar um contra o outro. Lei de cotas. Os negros não precisam de subterfúgios de dinheiro para de um e de outro. Cada um é capaz de mostrar que com seus esforços podem, sim, chegar à universidade, a um trabalho de qualidade. Então, essas leis que vocês falam, de cotas, com argumentos para dividir ainda mais, para criar essa divisão racial entre um e outro. Isso leva a o que? Nós sabemos que existem aí políticas. O PTB quer, sim, oferecer a você escola de qualidade tanto para negro quanto para negro. Se você equilibrar aquele dinheiro investido na universidade, um valor muito alto é investido no teto, não se constrói uma casa pelo telhado. Investe na educação de base, nas crianças”.
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