Diretor da TV Globo, Amauri Soares agora acumula a função de diretor de entretenimento (Estúdios Globo) da emissora, substituindo Ricardo Waddington. Com a responsabilidade dobrada, Soares caminha para ser o executivo mais poderoso da empresa.
A saída de Waddington após 40 anos de empresa foi anunciada pelo diretor-presidente da Globo, Paulo Marinho, com bastante pompa. Teve trabalhos marcantes relembrados, como a direção de novelas de sucesso, como Quatro por Quatro, Laços de Família, A Favorita e Avenida Brasil, além de programas como Domingão do Faustão e Altas Horas.
O que o comunicado omite, entretanto, é que, após ser alçado ao posto de diretor de entretenimento em 2020, o executivo extinguiu o setor responsável pela contratação e gestão de talentos. O ato culminou na saída de Mônica Albuquerque, chefe do departamento de desenvolvimento e acompanhamento artístico, e também na debandada de atores da casa decorrente do encerramento de contratos a longo prazo. O modelo de negócio mais eficiente passou a ser a contratação por obra, o que traz economia para os cofres da empresa. Por isso, a saída de Waddington teria sido comemorada nos bastidores, já que, segundo apurou VEJA, ele não era bem visto entre a classe artística da Globo pela falta de contato direto com os funcionários.
Prata da casa, Amauri Soares constrói uma carreira na Globo desde 1987, quando assumiu um cargo no jornalismo. Foi chefe do Fantástico, Jornal da Globo, Jornal Nacional, além de diretor de jornalismo em São Paulo, depois nacional e até internacional, chefiando a redação de Nova York. Virou diretor de programação e, agora, acumula a função de manda-chuva do entretenimento, incluindo todos os projetos realizados nos Estúdios Globo, junto com a gestão do resto da emissora. O ex-marido da apresentadora Patrícia Poeta também teve influência direta nas mudanças do programa Encontro com Fátima Bernardes após a saída da titular — substituída por Patrícia. Com o acúmulo de funções, Soares já é considerado um novo “Boni” (José Bonifácio, antigo todo-poderoso) da Globo. Acima dele, apenas a família Marinho.