Aos 26 anos de idade, Lewis Capaldi tem números que impressionam: seu álbum de estreia, Divinely Uninspired to a Hellish Extent foi o mais vendido do Reino Unido em 2019 e 2020, e o hit Someone You Loved, líder das paradas britânicas por sete semanas, fez dele o primeiro artista solo escocês a alcançar o topo desde Sheena Easton, em 1981. Mas por trás do sucesso inegável há um jovem que lida com questões emocionais e problemas sérios de saúde — é esse lado menos glamouroso, e mais humano, que ganha foco no documentário Lewis Capaldi: How I’m Feeling Now, lançado na Netflix nesta quarta-feira, 5.
Com a turnê do disco de estreia cancelada em função da pandemia de Covid-19, Capaldi voltou para casa para trabalhar no segundo disco. Não demorou para os problemas psicológicos baterem à porta: um bloqueio criativo piorou as crises de ansiedade, e nada parecia atingir as expectativas criadas pelo primeiro álbum, descrito por ele como “o mais próximo possível dos sonhos se tornando realidade”. “Você consegue fazer isso de novo?”, questionou ele. A solução foi uma pausa de quatro meses no processo para cuidar da saúde mental.
No meio do caminho, outro baque: o cantor foi diagnosticado com síndrome de Tourette, um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por tiques motores ou vocais, que podem se apresentar de formas e intensidades diversas. No caso de Capaldi, espasmos no ombro e movimentos repetitivos com a cabeça podem ser vistos no documentário — o cantor, que está de volta à estrada, já chegou a ter crises durante um show, na Alemanha, e teve que ser ajudado pela plateia a terminar a apresentação de Someone You Loved. Para controlar a doença, recebe injeções de toxina botulínica (botox) nos ombros para interromper os espasmos, mas não descarta que a condição interrompa sua carreira. “Meu tique está ficando muito ruim no palco agora. Estou tentando superar isso. Se não conseguir, estou fod***”, disse à revista People.
Confira o trailer: