É difícil pensar em uma personagem que não seria bem vivida por Amy Adams. A atriz que já foi de princesa que sai de um bueiro em plena Times Square a tradutora de idiomas alienígenas, agora, em Uma Mulher na Janela, da Netflix, ela dá vida a uma psicóloga que, trancafiada em casa, espia os vizinhos e testemunha o que acha ser um ato de violência. Para entrar (ou continuar) no clima do thriller, equipe de VEJA selecionou mais quatro longas em que a atriz americana é um estouro. Confira a lista abaixo:
A Mulher na Janela (2020)
Onde ver: Netflix
Baseado no best-seller homônimo de A.J. Finn, o longa que lidera as dez produções mais vistas na Netflix esta semana narra a história de Anna Fox, uma psicóloga que, depois de um trauma, passa a sofrer de agorafobia, espectro de ansiedade em que se sente medo de estar em espaços públicos. Sem sair do apartamento onde mora, ela espia os vizinhos pela janela e testemunha um crime, mas, quando a polícia vem, tudo que parecia sólido se esvai. Uma boa pedida para quem gosta de suspenses elaborados à la Hitchcock.
Animais Noturnos (2016)
Onde ver: Plataformas de aluguel, como NOW e Youtube Play
Do alto de um belíssimo apartamento em Los Angeles, a galerista Susan Morrow (Amy Adams) é tal como seus objetos de trabalho: uma obra de arte. Com sua aparência impecável, Susan vê no controle total uma proteção contra os horrores (inevitáveis) do mundo real, e contra as imprevisibilidades a que a vida está sujeita. Eis que seu ex-marido Edward (Jake Gyllenhaal), de quem se separou 19 anos antes, a deixa com um romance ainda não publicado, dedicado a ela. Susan logo nota as inspirações autobiográficas no romance, e, então, duas histórias correm paralelas: a do livro, que espelha situações de tensão terrível, e a da vida a dois de Susan e Edward. Adaptado do romance Tony e Susan (1993), Animais Noturnos revela uma Amy Adams no primor de sua atuação – e muita revolta por parte de quem ainda não superou a esnobada do Oscar de 2017 ao filme, que só indicou Michael Shannon ao prêmio de melhor ator coadjuvante.
A Chegada (2016)
Onde ver: Netflix
Naves misteriosas, de meio quilômetro de altura cada, pousam em doze localidades do mundo. Entender se os alienígenas vieram para guerra ou paz é, via de regra, a premissa de todo filme de ficção científica que se aventura por esse filão – e não deixa de ser o caso de A Chegada. Mas com um diferencial: liderada pela linguista Louise Banks (Amy Adams), uma equipe de elite precisa estabelecer um diálogo entre os recém-chegados antes que líderes mundiais decidam agir com violência. O pânico escala, e a urgência também, e é na forma com que o filme cria suspense que reside grande parte de sua genialidade. A outra ponta é sustentada pelo trabalho exímio dos atores – Amy é, em particular, um estouro em cena.
Encantada (2007)
Onde ver: Plataformas de aluguel, como NOW e Youtube Play
Expulsa por uma rainha malvada, a princesa Giselle sai do reino encantado (e animado) de Andalasia, onde cantar com passarinhos é uma atividade corriqueira, e surge em um bueiro no coração da Times Square, na agitada Nova York. É no mundo real que Amy Adams aparece: na pele de Giselle, ela descobre que música e magia, ou até gentileza, não fazem parte do DNA nova-iorquino – embora consiga ajuda do advogado Robert (Patrick Dempsey) para sobreviver em um universo completamente avesso ao seu próprio. O príncipe encantado de Andalasia, Edward, sai do mesmo bueiro para procurá-la, e assim se imbrica o enredo de Encantada, uma fantasia para todas as idades para a qual Amy empresta seu dom de encantar – e que já está confirmada para a continuação do longa.
Julie & Julia (2009)
Onde ver: Globoplay e Paramount+
A virada para os 30 anos não costuma ser um marco dos mais fáceis de digerir. Em um emprego que não gosta e longe dos amigos, Julie Powell (Amy Adams) decide contornar os problemas da forma mais apetitosa possível: ao longo de 365 dias, deve preparar todas as 524 receitas do livro Mastering the Art of French Cooking, a bíblia da comida francesa de Julia Child, chef vivida por Meryl Streep em uma linha temporal décadas antes da de Julie. O desafio da aspirante a mestre-cuca é documentado em um blog – e une as duas mulheres que, separadas pelo tempo, compartilham das mesmas angústias, incertezas e conquistas. Leve e divertida, a comédia biográfica conta as histórias das verdadeiras Julie e Julia, mas é no talento de suas intérpretes que a trama se mostra verdadeiramente saborosa.