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Lula diz que Silvio Santos temeu ser preso por Panamericano: “me procurou”

Presidente relembrou encontros com o comunicador e relatou seriedade e apreensão do empresário com investigações de fraude na instituição financeira

Por Amanda Capuano Atualizado em 18 ago 2024, 16h05 - Publicado em 18 ago 2024, 16h04

O presidente Lula compareceu a uma coletiva do Concurso Nacional Unificado (CNU) neste domingo, 18, e aproveitou o momento para relembrar sua relação com Silvio Santos, que morreu na madrugada de ontem. Segundo o presidente, Silvio temeu ser preso pelas investigações de fraude no Banco Panamericano. “Ele me procurou muito preocupado. Eu era presidente da república, ele estava com medo de ser preso. Eu falei: ‘Silvio, não há porque te prender. Nós vamos primeiro fazer uma investigação, o banco central vai ajudar a cuidar disso, o ministério da fazenda, e vamos ver como é que a gente resolve o problema. E o problema foi resolvido”, relembrou o petista, destacando que Silvio tocava os negócios com muita seriedade.

Lula destacou ainda que Silvio chegou a dar o SBT como garantia no imbróglio: o apresentador forneceu os seus bens, incluindo a emissora e o baú da felicidade, como salvaguarda de um empréstimo no FGC (Fundo Garantidor de Crédito) —  fundo administrados por um conjunto de bancos para cobrir perdas em caso de quebra de instituições financeiras — para suprir o rombo nas contas. “Muita gente não quer dar o seu patrimônio [como garantia], e ele deu”, relembrou Lula, dizendo também que achava interessante o fato de Silvio contar a história em seu programa. “Ele não tinha vergonha de dizer”, relatou o presidente, que descreveu o comunicador como “um homem de bem” e “de caráter respeitoso”, e que “não gostava de falar mal do governo, independentemente de quem fosse o governo”.

O caso do Banco Panamericano

O escândalo envolvendo o então braço financeiro do Grupo Silvio Santos aconteceu em 2010, quando o Banco Central apontou um rombo de 2,5 bilhões nas contas do Panamericano (atual Banco Pan), que tinha a Caixa Econômica como sócio. A investigação levou ao indiciamento de 22 pessoas por gestão fraudulenta, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, “caixa dois” e crimes financeiros.

Silvio Santos, no entanto, nunca foi indiciado no caso, e sempre negou ter conhecimento sobre as irregularidades na instituição financeira. O apresentador vendeu sua parte na instituição em 2011, para o banco para o BTG Pactual, que virou sócio da Caixa no negócio. Com o acordo, Silvio conseguiu passar o Panamericano adiante, e se livrar das garantias que estavam “penduradas” pelo empréstimo. Mais recentemente, em 2021, a Caixa também vendeu sua participação no Pan para o BTG.

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