O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes liberou a exibição do programa Linha Direta sobre o caso do menino Henry Borel, supostamente assassinado pelo padrasto, Jairo Souza Santos Júnior, conhecido também como Dr. Jairinho, e pela própria mãe, Monique Medeiros. A defesa de Dr. Jairinho havia conseguido na quarta-feira, 17, uma liminar assinada pela juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, para impedir o episódio de ir ao ar nesta quinta-feira, 18. Entretanto, a decisão foi derrubada após a Globo recorrer, e Mendes chamou a liminar de “censura”. “Se nota que a eminente magistrada extrapola o limite de suas funções judicantes para se arvorar à condição de fiscal da qualidade da produção jornalística da emissora de televisão, afirmando que ‘um programa de encenação de alegados crimes reais não tem caráter jornalístico, no confronto de interesses, encenação de supostos fatos, ainda não apurados, por atores profissionais’.”, diz Mendes na nova decisão.
Como argumento para ceder a liminar, a juíza havia entendido que a exibição do programa poderia influenciar a opinião pública sobre o caso, que ainda não foi julgado por um júri popular ainda não definido — a data do julgamento não está marcada.
Em 8 de março de 2021, Henry Borel, de 4 anos, morreu dentro do apartamento em que morava com a mãe e o padrasto. Laudos indicam que ele tinha várias lesões pelo corpo, incluindo ferimentos no crânio, internos e hematomas. O Linha Direta, agora apresentado por Pedro Bial, ouviu todos os advogados envolvidos no caso, inclusive da defesa de Jairinho, além do promotor Fábio Vieira e o pai de Henry, Leniel Borel de Almeida. A edição vai ao ar a partir das 23h desta quinta.