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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Como ‘Loki’ foi de melhor série da Marvel a pedra no sapato do estúdio

Produção acaba de ganhar segunda temporada irregular e ator-problema acusado de violência doméstica

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 Maio 2024, 08h45 - Publicado em 6 out 2023, 11h54

Alerta de spoiler: o texto contém detalhes da primeira temporada da série Loki e do primeiro episódio da segunda. 

Vilão charmoso do universo Marvel, Loki (Tom Hiddleston) já foi preso, morto (de mentirinha), preso outra vez, morto novamente (de verdade), até escapar para uma realidade paralela, pontapé da divertida primeira temporada da série que leva seu nome. Lançado na Disney+, em 2021, o seriado explorou novas camadas da insana linha temporal do estúdio ao enviar o personagem para uma espécie de central de controle do tempo, a TVA, uma entidade com tecnologia retrô e um hilário clima de repartição pública, que controla a criação de variantes – ou seja, pessoas que saem da chamada “linha sagrada do tempo”. De longe a melhor série do estúdio, Loki viu sua veia promissora sangrar de forma perigosa na segunda temporada, que acaba de chegar à plataforma de streaming. 

Relembrando, Loki encerrou sua primeira fase com um gancho assustador. Ao lado de Sylvie (Sophia Di Martino), uma versão feminina de Loki em outro universo, eles enfrentam o novo grande vilão da Marvel, Kang, também chamado de “Aquele que Permanece”. Sylvie mata o malvadão enquanto Loki é jogado de volta para a TVA e, surpresa, ele cai em uma realidade onde ninguém sabe quem ele é e o vilão é admirado pelos funcionários em estátuas gigantescas. Tudo indicava que Loki havia caído em uma realidade paralela, porém, o início da segunda temporada logo avisa que ele está, na verdade, no passado. 

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Apesar de manter a graça e a inteligência do roteiro, a nova leva de episódios perde força com uma narrativa irregular e intervenções cômicas desajustadas. Um exemplo: em meio ao caos, sem controle sobre o próprio corpo que continua viajando no tempo, Loki se junta a Mobius (Owen Wilson) para comer um pedaço de torta e falar amenidades. Enquanto isso, soluções absurdas tiradas da cartola resolvem problemas que nem deveriam existir. Para a sorte da série, os atores são nada menos que brilhantes: além de Wilson e Hiddleston, a trama ganha um reforço bem-vindo de Ke Huy Quan como OB, um nerd da tecnologia que resolve os problemas da TVA. 

Contudo, o atual grande dilema da série (e da Marvel como um todo) atende por Jonathan Majors, ator que interpreta Kang – personagem previsto para encarar os Vingadores no cinema. Majors foi acusado de violência doméstica, acabou detido e, agora, aguarda julgamento. Ele garante ser inocente, mas não caiu bem a debandada de pessoas que trabalhavam com o ator, especialmente agentes, que anunciaram suas demissões logo após a denúncia, assim como o surgimento de novos depoimentos de má conduta de Majors no passado. Diante do problema, a Marvel optou por não fazer nada. O ator continua na série, com destaque a partir do terceiro episódio. Segundo o produtor Kevin Feige, a opção foi manter o que já estava pronto enquanto não houver um veredicto na Justiça. A decisão, apesar de parecer sensata, é um tanto arriscada: a presença de Majors incomodou uma parte razoável de espectadores, especialmente entre o público feminino, que usou as redes sociais para alfinetar a produção. Como já provou antes, a resiliência de Loki para se manter de pé na Marvel é grande – agora é esperar para ver se ele consegue superar essa problemática segunda temporada. 

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