Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

Tela Plana

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
Continua após publicidade

Com bruxas e folclore do Sul, série ‘Desalma’ acerta no tom do terror

Trama original do Globoplay mergulha em tradições de imigrantes eslavos no Brasil para falar sobre família e luto

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 out 2020, 18h36 - Publicado em 23 out 2020, 17h32
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A pequena Brígida, cidade de Santa Catarina, encanta ao mesmo tempo que assusta. Suas paisagens idílicas de natureza abundante são cenário que abriga desde adolescentes que usam a floresta para fumar e beber escondido de adultos até uma bruxa amplamente conhecida pela população local. O município fictício, mas de inspiração real, é palco da série Desalma, novidade do Globoplay. Na trama de suspense com pitadas de terror, dramas familiares e tradições folclóricas de imigrantes eslavos no Sul do país se mesclam em um roteiro sutil, em que a sensação de doce calmaria oculta a alta tensão. Uma boa surpresa para um gênero tão pouco explorado pela televisão brasileira.

    A tal bruxa de longos cabelos grisalhos se chama Haia Lachovicz (Cássia Kis), nome incomum, mas que se mistura a outros de difícil pronúncia entre os muitos descendentes de ucranianos da região. Longe do estereótipo da bruxa má, Haia é uma mulher solitária, que cobra por trabalhos como ler cartas e benzer crianças, entre outros labores místicos. Sua aparência carrancuda se agravou com a perda do marido e da única filha, Halyna (Anna Melo). A bela jovem foi assassinada em 1988, durante as festividades de Ivana Kupala, uma celebração pagã do solstício de verão europeu, com direito a danças em volta de uma fogueira e guirlanda de flores na cabeça. O crime envolveu famílias poderosas da cidade, o que causou um trauma coletivo. Exatos trinta anos depois, aparentemente recuperado, o município decide retomar a tradição. Desperta-se então algo sobrenatural, que assombra as famílias envolvidas no caso de Halyna – especialmente as crianças, alvo favorito de toda boa trama de terror.

    Desalma
    Claudia Abreu, Ismael Caneppele e o menino João Pedro Azevedo em cena da série ‘Desalma’ (Globo/Divulgação)
    .
    Cássia Kis é a bruxa Haia na série ‘Desalma’, do Globoplay (Globo/Divulgação)

    Belissimamente fotografada e com uma trilha sonora hipnotizante – supervisionada pelo sonoplasta alemão Alexander Wurz, da série Dark e outras tramas sobrenaturais –, Desalma é uma curiosa e acertada investida do Globoplay para ampliar seu catálogo nacional, já repleto de gêneros dramáticos e cômicos. A plataforma ganha pontos extras ao mergulhar em um Brasil que mal parece Brasil, explorando o subgênero chamado de “horror folclórico”, em que elementos antropológicos e culturais de cenários bucólicos ditam o andar da carruagem da trama e de seus personagens. A história é assinada pela escritora Ana Paula Maia, de romances como Carvão Animal e Enterre seus Mortos – livros que carregam no suspense para investigar o ser humano a partir de seus medos.

    Continua após a publicidade
    Desalma
    Maria Ribeiro (em destaque), e o jovem elenco (da esquerda para a direita) Giovanni De Lorenzi, Lucas Lentini, Isabel Teixeira, Nathalia Falcão e Camila Botelho em ‘Desalma’, do Globoplay (Globo/Divulgação)
    Desalma
    Festa de Ivana Kupala na série ‘Desalma’, do Globoplay (Globo/Divulgação)

    O roteiro é viciante, com poucas escorregadas em repetições que apelam para o didatismo, mas que em nada mancham a experiência do espectador e as reviravoltas que surpreendem sem cair no rocambolesco típico do gênero. O elenco afiado é a cereja do bolo. Vários adolescentes, muitos deles jovens estreantes, dão vida e cor à trama sombria, tanto nos flashbacks de 1988 quando nos dias atuais. A força, porém, está com a veterana Cássia Kis, além de Claudia Abreu e Maria Ribeiro, que hipnotizam como duas jovens mães que lidam com perdas familiares ao mesmo tempo em que precisam salvar seus filhos de tormentos sobrenaturais. Uma tarefa árdua, e que dá gosto de acompanhar ao longo dos dez episódios.

    VEJA RECOMENDA | Conheça a lista dos livros mais vendidos da revista e nossas indicações especiais para você.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.