A atriz americana Leah Remini abriu um processo contra a Igreja da Cientologia — da qual é crítica ferrenha há anos — e seu líder, David Miscavige. Ela alega que, por 17 anos, foi submetida a “tortura psicológica, difamação, vigilância, assédio e intimidação” que “impactaram significativamente sua vida e carreira”, conforme um comunicado divulgado à imprensa nesta quarta-feira, 2. Leah começou a frequentar a igreja em 1979, ainda criança, e saiu em 2013. Conhecida por seu trabalho em séries de comédia da TV, a atriz co-criou e foi produtora executiva de uma série documental de três temporadas intitulada Leah Remini: Scientology and the Aftermath, pela qual ganhou dois prêmios Emmy.
“Acredito que não sou a primeira pessoa visada pela Cientologia e suas operações, mas pretendo ser a última”, afirma Leah no texto. A ação movida pela atriz no Tribunal Superior da Califórnia busca “exigir que a Cientologia, e qualquer entidade que ela controla e financia, cessem e desistam de sua prática de perseguição, difamação e outras condutas ilegais contra qualquer um que tenha rotulado como um ‘inimigo'”. A atriz almeja também indenização pelos danos infligidos à sua vida pessoal e carreira, enquanto o processo detalha supostas “campanhas coordenadas” da Igreja contra ela e sua família, amigos e parceiros de negócios.
Em novembro do ano passado, Leah testemunhou em um julgamento a favor do cineasta Paul Haggis, acusado de estupro, insinuando que a Igreja da Cientologia estava por trás das acusações. “Homens e mulheres que foram estuprados merecem justiça. Mas, neste caso, é absolutamente Paul quem é a vítima aqui”, disse a atriz no tribunal. Já neste ano, durante o desenrolar do julgamento do ator Danny Masterson, de That ’70s Show, também membro da Cientologia e acusado de estupro, Leah manifestou-se em seu Twitter apontando que a Igreja e David Miscavige encobriam crimes de abuso sexual. As vítimas de Masterson também acusaram as lideranças da Cientologia de tentativa de silenciamento.