Dois figurões decidem comprar um time de futebol que não é lá dos melhores para reerguer a equipe e levá-la à glória. Foi o que os atores Rob McElhenney e Ryan Reynolds decidiram fazer. Ao melhor estilo da série de sucesso Ted Lasso, os esforços dos amigos para administrar o terceiro clube de futebol mais antigo do mundo são narrados na série documental Bem-vindos ao Wrexham, que estreou recentemente no Star+. Ao longo dos episódios, Reynolds e McElhenney, agora proprietários do clube, acompanham os problemas e sonhos do time Wrexham, originário de uma cidade operária que fica no norte do País de Gales. Em entrevista da qual VEJA participou, os atores, que nunca haviam trabalhado juntos, falaram sobre a produção da série e como foi o contato com a comunidade do Wrexham. Confira:
Antes de comprarem o Wrexham, vocês sabiam algo sobre como administrar um time de futebol?
Rob McElhenney: Não, e a verdade é que nós ainda não sabemos muita coisa sobre como comandar um time de futebol. Mas nós contratamos pessoas que sabiam fazer isso. Nós administramos diferentes tipos de negócios e ambos tínhamos noção do que não sabíamos sobre isso — o que nos fez contratar as pessoas certas, que sanavam todas as nossas dúvidas e assumiram essa função.
Qual foi a coisa mais animadora em produzir essa série?
Ryan Reynolds: O time de futebol do Wrexham é como se fosse o coração daquela comunidade. O futebol para eles é tão importante, que é como caso de vida ou morte. Isso para mim é emocionante. Muita da felicidade e do sentido de bem-estar do pessoal da comunidade está ligado aos sonhos e esperanças do time. Para nós foi uma maneira inesperada traçar esse caminho no qual dois bobões de Hollywood, que apareceram na cidade, disseram que ajudariam o time a crescer e a se transformar em algo global. Foi muita pressão e sem espaço para erros. Andamos em uma corda bamba, mas acho que as pessoas vão se interessar pela paixão e pelo amor da comunidade do Wrexham, porque é isso o que ela representa.
Como foi o contato com a comunidade do Wrexham?
Rob McElhenney: Foi ótimo. Uma das vantagens de não saber nada sobre futebol é que não fingimos e não tomamos nenhuma decisão pessoal, porque não éramos qualificados para fazer isso. O que, na verdade, nos deu liberdade para nos tornarmos amigos dos jogadores, porque, claro, também há uma relação de negócios ali. Não estou dizendo que não tínhamos responsabilidades nessa área, porque nos envolvemos com algumas questões com os gerentes e CEOs, que pediam nossas opiniões. Mas nunca era algo sobre futebol. Então isso nos liberou para sermos apenas amigos dos jogadores.
Nos Estados Unidos, o futebol americano ainda é o esporte principal. Acha que a audiência do futebol de campo, tema da série documental, está aumentando no país?
Ryan Reynolds: A audiência e a paixão pelo futebol nos Estados Unidos está crescendo exponencialmente com ou sem qualquer coisa da série que fizemos. Estamos começando a ver isso em todos os lugares. Os estádios são preenchidos por homens e mulheres que são apaixonados pelo esporte. Não só nos Estados Unidos, mas também no Canadá, onde você tem crianças que jogam muito futebol. Porém, esse futebol ainda não atrai a mesma audiência que a NFL e seu futebol americano, ou beisebol e basquete. Mas acho que está crescendo rápido. Qualquer coisa que possamos fazer para ajudar a aumentar o público, melhor. É sempre sobre contar histórias, no final das contas. Se você contar uma boa história para as pessoas, elas vão abraças o esporte.