O capítulo de Renascer desta quinta-feira, 30, deu espaço para uma espécie de “aula de diversidade” que explicou as diferenças entre sexualidade e identidade de gênero para o público através dos personagens. Em uma conversa com o pai, José Augusto (Renan Monteiro) — que está em um relacionamento com Buba (Gabriela Medeiros), uma mulher trans — dissecou os conceitos para José Inocêncio (Marcos Palmeira). “Orientação sexual se refere a atração que uma pessoa sente pela outra. Por exemplo, heterossexuais se atraem por pessoas do sexo oposto, homossexuais se atraem por pessoas do mesmo sexo. Agora, identidade de gênero tem a ver com o gênero com que a pessoa se identifica”, diferenciou o médico.
Interessado na conversa, Inocêncio questionou o filho se gênero se referia a “homem ou mulher” (há também pessoas não-binárias, mas o termo não foi discutido na trama). “Exatamente. Agora, uma pessoa cisgênero, assim como eu e o senhor, se identifica com o gênero que nasceu, já uma pessoa trans, não”, detalhou o médico. “Como Buba”, apontou Inocêncio. “É, como Buba e como tantas outras pessoas nesse mundão à fora”, completou Augusto, que também explicou ao pai que Buba fez a cirurgia de redesignação sexual completa — que adapta as características físicas da pessoa, como os órgãos genitais, por exemplo, ao gênero com o qual ela se identifica — mas que isso não é uma regra. “Nem todas as mulheres trans fazem”, apontou ele.
Apesar de se mostrar aberto a aprender, Inocêncio apontou em alguns momentos da conversa que o tema ainda é confuso para muitas pessoas, e que é difícil “fazer isso entrar na cabeça do cidadão”. Paciente, José Augusto disse ao pai que é preciso discutir o tema com seriedade e que “a forma com a qual a pessoa exerce sua sexualidade não a torna mais ou menos digna do que a outra”, apontando também os perigos do preconceito. “Por conta da nossa ignorância, a gente transforma aquilo que a gente não conhece em doença, distúrbio. Sendo que a doença, nesse caso, é a transfobia”, disse o filho do agricultor de cacau, relembrando também que o Brasil é o país “que mais mata LGBTQIAPL+ no mundo”.
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