É incontestável: os doramas conquistaram seu lugar como um gênero pop do público brasileiro — a Netflix que o diga. Se a receita básica é composta por infortúnios familiares e conflitos amorosos de sobra, o charme das novelas sul-coreanas reside no tratamento sensível das complexidades da experiência humana, deixando a famigerada sensação de “coração quentinho”. Nas vésperas do Dia das Mães, confira três doramas disponíveis na plataforma que tematizam a maternidade através de tramas criativas:
Clube das Mães
A Coreia do Sul é um dos países mais bem-sucedidos quando o assunto é educação, o que reflete em uma atmosfera de intensa competição entre crianças e adolescentes em idade escolar. O dorama Clube das Mães utiliza tal cenário para explorar as relações de amizade e rivalidade entre um grupo de mulheres cujos filhos frequentam uma escola particular de uma comunidade elitista. É sobre elas que recai o sucesso — ou a falta dele — de suas crianças e, por isso, acabam competindo também entre si. A narrativa se expande em uma malha de segredos, mentiras e invejas, sob a ótica particular do universo feminino. Para além do retrato afiado do sistema educacional sul-coreano, a série faz uma crítica à hipocrisia dos que levam uma vida de aparências.
Para Sempre Camélia
Mãe solo, Dong Baek acaba de se mudar para uma cidade pequena, onde é julgada por criar o filho sozinha e por ser proprietária de um bar. As temidas dificuldades da maternidade são ainda mais pungentes para ela, que cresceu órfã. Se os julgamentos são constantes por parte dos fofoqueiros da vizinhança, eles são inexistentes quando o assunto é a relação com Yongsik, um policial que foi ele próprio criado apenas pela mãe, e se aproxima da mocinha sem anseios. Encantadora, esta novela coreana retrata os diversos tipos de mães, bem como as pressões e desafios que enfrentam ao longo da jornada. Movimentando a série, há ainda uma trama paralela sobre um serial killer que atormenta a cidade.
Uma Segunda Chance
Morta em um acidente, Cha Yu-ri passa cinco anos vivendo como fantasma, acompanhando do outro plano o crescimento de sua filha e a vida de seu marido, que se casa com outra mulher. Até que recebe a chance de ouro de reencarnar no mundo dos humanos por 49 dias, com uma missão: deve recuperar seu lugar, ou tornará a morrer. A narrativa fica mais instigante com a presença de outros espíritos, personagens secundários com suas próprias histórias emocionantes de perda, sofrimento e arrependimento. Uma Segunda Chance trata do luto com delicadeza — mas, apesar das lágrimas, deixa espaço para o romance e uma boa dose de alívio cômico.