Aos 57 anos, o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Miguel Rossetto, será o candidato do PT para disputar o governo do Rio Grande do Sul. O PT também lançou o senador Paulo Paim para concorrer à reeleição. A definição ocorreu durante reunião do diretório estadual, em Porto Alegre, no sábado.
O Rio Grande do Sul vive uma grave crise de finanças, com os salários dos funcionários estaduais parcelados há dois anos pelo atual governador José Ivo Sartori (PMDB). O governo gaúcho chegou a publicar uma chamada para contratar professores que trabalhem sem salário.
“São professores sem saber quando vão receber o salário, alunos que não sabem quando vão ter uma aula de matemática. A merenda escolar das escolas que visito é ruim, é fraca. Não existe estado sem escola pública de qualidade”, disse Rossetto no encontro, criticando Sartori.
Das últimas cinco gestões gaúchas, três parcelaram salários estaduais: Sartori (PMDB, 2015-2018), Yeda Crusius (PSDB, 2007-2010) e Germano Rigotto (PMDB, 2003-2006). Os governadores petistas Tarso Genro (2011-2014) e Olívio Dutra (1999-2002) não fizeram parcelamentos.
“É possível mudar. Esse Estado não é ingovernável, é ingovernável para aqueles que não têm compromisso de governar para o povo”, disse Rossetto.
Saídas para a crise gaúcha devem monopolizar o debate eleitoral de 2018 no Rio Grande do Sul. O governo de Michel Temer (PMDB) rejeitou proposta de recuperação fiscal do estado porque o estado não cumpre um dos requisitos previstos na legislação, que é destinar 70% das receitas para despesas com pessoal. O estado usa 57,98% de sua receita com a folha salarial.