Um pequeno “Pixuleco”, o boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vestido como presidiário, dentro de uma gaiola simulando uma prisão chamava atenção no final da tarde desta terça-feira no Parque Moinhos de Vento, o Parcão, em Porto Alegre. O local, tradicional ponto de protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), foi palco do protesto que pediu condenação do petista no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e reuniu cerca de cem pessoas, segundo avaliação de VEJA – a Brigada Militar informou que não divulgará estimativa, e a organização não soube responder.
Organizado pelos grupos Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre (MBL), o protesto foi marcado pelo buzinaço dos carros que passavam em frente ao local que respondiam aos cartazes com dizeres “buzine Lula na prisão”. Uma mulher com uma toga preta segurando um malhete, o “martelo”usado por juízes, simbolizando a Justiça, batia com o objeto na cabeça de um “Pixuleco”. O boneco estava sendo vendido por 15 reais.
“Esse protesto é importantíssimo para mostrar para o mundo inteiro, para as instituições e para o povo brasileiro que ninguém está acima da lei e que o povo de verdade, não aqueles militantes que são pagos, que viveram de mortadela a vida inteira, quer que ninguém esteja acima da lei e que as pessoas que são eleitas para representá-lo estejam lá sob a responsabilidade de trabalhar para o povo e não para um projeto de poder”, disse Paula Cassol, coordenadora do MBL no Rio Grande do Sul.
“O Lula roubou, é o chefe da quadrilha do maior esquema de corrupção da história do país, ele não está acima da lei. Não tem motivo nenhum para não ser julgado como um brasileiro qualquer. A maioria dos brasileiros tem honra, tem dignidade, tem respeito pelo próximo, coisa que ele de fato não tem. Ele tem gritado a todos os cantos, a própria presidente do PT [Gleisi Hoffmann] dizendo que não aceita o estado democrático de direito. Como alguém pode dizer que defende a democracia se não respeita o poder Judiciário, não respeitas as instituições, não respeita a lei e o povo?”, opinou a coordenadora.
A maioria dos manifestantes segurava uma bandeira do Brasil, como a vereadora Nádia Gerhard (PMDB), conhecida como Comandante Nádia. A vereadora pintou as unhas de verde e amarelo para o protesto. “Lula já foi condenado. Estamos aqui para que os magistrados endossem a decisão da primeira instância. A Justiça tem que ser a mesma para qualquer pessoa. Torcemos para que os magistrados não se rendam a essa minoria. Meu país é verde e amarelo”, disse.
Uma das faixas continha uma montagem com a cabeça de Lula em um corpo de cobra com os dizeres “Tua hora vai chegar”. Do outro lado da rua, uma faixa isolada pedia “intervenção militar”.