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De lenço ‘maragato’, Lula visita terra de Getúlio Vargas e Jango

Protestos contra o ex-presidente foram mais tímidos em São Borja; Lula se disse “envergonhado” pelo “comportamento de algumas pessoas”

Por Paula Sperb
Atualizado em 4 jun 2024, 16h33 - Publicado em 21 mar 2018, 20h14
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  • Vestindo um lenço na cor vermelha – o mesmo que identificava os maragatos, como são chamados os gaúchos oposicionistas que lutavam pela autonomia do Rio Grande do Sul durante a Revolução Federalista (1893-1895) – o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou a centenas de apoiadores na cidade de São Borja. A cidade foi escolhida para integrar o roteiro da caravana de Lula porque é o local onde nasceram os também ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, o Jango.

    Lula discursou na Praça XV de Novembro, onde fica o mausoléu com os restos mortais de Getúlio Vargas. Assim como em Bagé, onde ruralistas usaram tratores, e em Santa Maria, onde o MBL protestou junto aos apoiadores de Lula, São Borja também registrou ato contrário à presença de Lula, mas em menor proporção. Em Santana do Livramento, o “puxão de orelha” ficou por conta do ex-presidente Do Uruguai, Pepe Mujica, que apontou o problema de apostar em uma “figura única”.

    “Estou um pouco envergonhado pelo comportamento de algumas pessoas aqui no Rio Grande do Sul”, disse Lula, na praça, sobre os protestos. A presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, pediu reforços na segurança ao governo federal e denunciou uso de armas por uma “milícia fascista”.

    “Se eu tivesse pensando do ponto de vista eleitoral, eu não viria para essa região que é uma região de baixa densidade demográfica. Onde tem muito mais gente é na Grande Porto Alegre. Tem cidade como Caxias [do Sul] que é muito maior [do que as cidades da fronteira], na região da serra. Eu vim aqui por uma coisa muito simples. Nós começamos a ganhar direitos e a deixar de ser escravos com o companheiro e presidente da república Getúlio Vargas. Foi ele que, em 1932, criou a carteira profissional; foi ele que, em 1943, criou a Consolidação das Leis do Trabalho”, disse Lula.

    Por causa do discurso em Santa Maria, quando Lula criticou os “criadores de cavalo” após o protesto de ruralistas em Bagé, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) emitiu uma nota de repúdio. “Estou cansado de ver cavalo comer maçã e criança crescer sem poder comer maçã”, disse Lula na ocasião. A entidade afirma que “reprova e rejeita esse tipo de posicionamento, que transmite uma falsa e equivocada visão do produtor rural como um todo, aquele que trabalha diariamente de sol-a-sol para produzir o alimento que vai a mesa de mais de 200 milhões de brasileiros”.

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    Antes da parada em São Borja, Lula visitou o Instituto Federal Farroupilha, em São Vicente do Sul. Lá, Lula foi recebido por estudantes que pediam por selfies e autógrafos. “A educação é o investimento mais barato, mais promissor e que nunca se perde porque educação e aprendizado é para sempre. Quando assumi, em 2003, na primeira reunião do ministério [da Educação], eu proibi o uso da palavra gasto. Educação é investimento”, disse o petista.

    A caravana de Lula pelo Rio Grande do Sul segue até o final da semana. Na quinta-feira, ele estará em Palmeira das Missões; e, na sexta, em Ronda Alta, Passo Fundo e São Leopoldo.

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