Ainda quando era “pré-pré-candidato” para disputar o governo do Rio Grande do Sul na próxima eleição, Jairo Jorge (PDT) iniciou uma caravana pelo estado. Em fevereiro, o ex-prefeito de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, começou o roteiro com o objetivo de passar por todos os 497 municípios gaúchos, meta que deve ser alcançada em maio do ano que vem. Até agora, Jorge já passou por mais de 300 cidades. O PDT oficializou sua pré-candidatura em outubro apostando na chamada terceira via, mais moderada politicamente.
“Acredito nesse contato direto para conhecer ainda mais o estado e seus problemas”, disse a VEJA após voltar de Cerro Grande, cidade de apenas 2 000 habitantes a 329 km da capital. Nos municípios, o pedetista participa de plantio com agricultores, como em Ronda Alta, seminários, como em Tapejara, e mobilização de militantes, como em Sarandi, algumas das cidades do noroeste gaúcho visitadas na última semana.
Nas diferentes regiões, Jorge promove a discussão “O Rio Grande tem Solução”. Entre os principais problemas que os moradores relatam está a insegurança. O Rio Grande do Sul vive uma grave crise na área, com alta de 94% nos latrocínios (roubo seguido por morte) na comparação entre o primeiro semestre de 2017 e o de 2010. Além disso, assaltos violentos a banco em cidadezinhas estão sendo chamados de “cangaço”.
“O que assusta os moradores é a falta de segurança. A violência chegou a pequenas cidades. São cidades de 1 500 habitantes que nunca haviam convivido com o medo antes. A violência cresceu de uma forma assustadora, levou medo a quem nunca tinha convivido com isso. Era um tema urbano, mas agora atinge também o interior e até o campo. Já foram 180 assaltos banco nesse ano”, contou à reportagem.
A crise, porém, também é econômica. O governo de José Ivo Sartori (PMDB) parcela salários há dois anos e prevê um déficit de 6,9 bilhões de reais para 2018, temendo um “colapso dos servidores públicos”. “O Rio Grande do Sul é polarizado em tudo, até na crise. Está dividido entre quem acha que é uma marolinha e em quem acha que é insolúvel. Ambos estão errados. A crise é séria, mas tem solução”, opina o pré-candidato.
As principais soluções que Jorge aponta são a diminuição das alíquotas de impostos, que foram elevadas pela atual gestão, desburocratização do estado e atração de investimentos. Para o pré-candidato, os deputados estaduais do PDT devem se opor a proposta do executivo de eliminar a necessidade de plebiscito para privatizações, atualmente exigida por lei. “Todos gaúchos são acionistas das empresas públicas, são os donos. Cabe à sociedade decidir o tamanho do estado. Mais democracia exige mais engajamento e não menos”, defende.