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Água contaminada é causa provável de surto de toxoplasmose, diz governo

Ministério da Saúde descartou contágio por meio de alimentos infectados por protozoário

Por Paula Sperb
Atualizado em 21 jun 2018, 12h04 - Publicado em 21 jun 2018, 11h53
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  • O Ministério da Saúde confirmou, na manhã desta quinta-feira, 21, que o surto de toxoplasmose que tem 569 casos confirmados e 1.103 suspeitos na cidade gaúcha de Santa Maria, conforme o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), possivelmente teve origem na água contaminada. “Já foram descartadas outras origens, como consumo de carne suína, frango, carne bovina e frutas. Outros fatores permanecem em análise”, informou a pasta a VEJA, por meio de nota.

    O governo gaúcho atestou que a água tratada pela Corsan na cidade é segura. Portanto, ainda há a possibilidade de outras fontes de água para consumo estarem contaminadas.

    A causa provável foi determinada por meio de entrevistas com a população. Segundo o Ministério, até 50% da população pode estar contaminada pela doença sem apresentar os sintomas. Dos 569 casos confirmados em Santa Maria pelo CEVS, 50 são gestantes. Entre as gestantes, três enfrentaram a morte dos bebês e duas, o aborto. Seis bebês nasceram contaminados com a chamada toxoplasmose congênita. Exceto no caso de gestantes, a toxoplasmose não é contagiosa. Entre os principais sintomas estão dor de cabeça, dor de garganta, problemas de visão e audição e manchas no corpo.

    Os dados dos casos confirmados do Ministério da Saúde e do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) divergem. Para o órgão federal, são 90 casos até 18 de junho; para o órgão estadual, 569. A diferença ocorre, segundo o Ministério da Saúde, porque sua metodologia considera “o período de infecção que deu positivo”. Isso significa que é possível, segundo a pasta, saber “se a transmissão ocorreu neste surto atual, com a mesma fonte de infecção provável” e descartar casos positivos de contaminação por outras fontes em outros períodos. “Cabe esclarecer que o fato da investigação do Ministério da Saúde chegar a 90 casos, não significa que outras pessoas não serão assistidas. Todos que receberem um diagnóstico clínico de que é passível de tratamento, de indicação de um acompanhamento médico, serão acompanhadas”, afirma o Ministério, em comunicado.

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    A toxoplasmose chega ao homem por um parasita, o Toxoplasma gondii, que pode contaminar a água e carne consumida pelas pessoas ao ser eliminado das fezes de gatos, que são seus hospedeiros. Outros animais também servem de hospedeiros ao protozoário, como bovinos, suínos, caprinos e aves, quando também contagiados pelas fezes dos gatos, segundo o Ministério da Saúde.

    Como o protozoário se hospeda no gato e é eliminado nas suas fezes, a toxoplasmose é popularmente chamada de “doença do gato”, porém, o termo é considerado incorreto. Conforme o Ministério da Saúde, “o gato contrai a infecção ao comer carnes cruas, ratos ou pássaros contaminados. Outros animais se infectam alimentando-se de pastagens contaminadas pelas fezes”. O contágio é menos comum através do contato direto do homem com as fezes do gato. Entretanto, as fezes com o protozoário podem contaminar água, verduras, legumes e outros animais consumidos como parte da alimentação humana, como bois e porcos (veja abaixo como se prevenir).

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    Na última quarta-feira, 20, o secretário estadual da Saúde, Francisco Paz, afirmou que desde janeiro, quando foram registrados os primeiros casos, até o momento, há queda nos registros. Conforme o secretário, o pico da doença foi entre março e abril. 

    Orientações para prevenção:

    – evite comer alimentos crus; não prove a carne crua durante a preparação; coma verduras e legumes sempre bem lavados;

    – congele a carne por 3 dias, a 15º negativos;

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    – lave bem as mãos após manipular carnes cruas e antes de comer; se estiver gestante, procure usar luvas;

    – evite contato com fezes dos gatos ou lave bem as mãos após isso ocorrer;

    – mantenha seu gato bem alimentado para que ele não precise caçar para comer; nunca lhe dê carne crua; evite que ele ande pelas ruas. Se não for possível, ponha um pequeno chocalho no pescoço no animal para que ele não consiga “caçar”;

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    – a caixa de dejetos dos gatos deve ser renovada a cada 3 dias e colocada ao sol com frequência;

    – os cães também podem transmitir toxoplasmose ao sujarem o pelo no solo onde haja fezes de gato;

    – evite acariciar cães que andem soltos;

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    – controle ratos e insetos como moscas, baratas e formigas, descartando corretamente o lixo doméstico e os dejetos das criações de animais;

    – lave bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra (horta ou jardim). Gestantes devem evitar essa atividade ou utilizar luvas;

    – a água pode ser contaminada por fezes de gatos. Mantenha os reservatórios bem fechados e se a água não for tratada, deve ser fervida antes do consumo.

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