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Lula: bye, bye, responsabilidade fiscal

Lula desautoriza seu ministro mais importante e dá um tiro no pé do próprio governo

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 Maio 2024, 08h18 - Publicado em 27 out 2023, 17h21

Eu ia fazer um post elogiando Lula, que desistiu de conversar com jornalistas para conversar com parentes de reféns e desaparecidos no ataque terrorista de 7 de outubro. Lula falou no tom certo, passou sinceridade (chegou a ficar emocionado), não falou mal de ninguém, não foi professoral, não deu aula de geopolítica. Até no lugar comum — “é a luta da palavra contra as armas” — foi feliz.

Mas, infelizmente, o próprio Lula derrubou meu post paz-e-amor.

Lula declarou que “dificilmente chegaremos à meta zero [no deficit fiscal] em 2024”. Mais: “eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida.” E: “se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que que é? De 0,25%, o que é? Nada. Absolutamente nada.”

Lula jogou a toalha com mais de um ano de antecedência.

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Verdade seja dita, nem o mercado nem ninguém nunca acreditou em déficit zero — com exceção de Fernando Haddad, que está(va) fazendo das tripas, coração, para alcançar a meta.

É verdade que o mercado é ganancioso… como quase todo mundo (o que não deveria surpreender ninguém, já que o mercado é… todo mundo). Mas isso é irrelevante. O que é relevante é que agora todo mundo sabe que o déficit zero é letra morta.

Haddad sabe que ficou fragilizado. Petistas sabem que o ministro é um alvo mais vulnerável. Os outros ministros sabem que podem lhe dar uma banana quando ele vier falar de cortar gastos. O Centrão sabe que vai poder gastar. Investidores e banqueiros sabem que Haddad não fala pelo chefe quando promete seriedade no controle do caixa. E todo mundo sabe que vêm aí mais inflação e juros. O déficit, seja qual for seu tamanho, já é bem maior do que “absolutamente zero”.

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É surpreendente que Lula tenha puxado o tapete de Haddad dessa maneira antes mesmo do fim do primeiro ano de governo.

Mas espantoso mesmo é o timing. A economia não está indo bem. A violência recrudesceu. A popularidade de Lula está em queda. O presidente está sitiado por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Resolveu patrocinar um brutal retrocesso na Petrobras. E entregou a Caixa Econômica ao Centrão.

Que hora para dar um tiro no pé desses.

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(Por Ricardo Rangel, em 27/10/2023)

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