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Ricardo Rangel

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Haddad tem razão… só que não

Ministro da Fazenda ganha na disputa com o bolsonarismo, mas nem só de bolsonaristas vive a crítica à política econômica

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 Maio 2024, 11h38 - Publicado em 27 Maio 2024, 11h13
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  • Brasília (DF), 19/10/2023 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante palestra no 26º Congresso Internacional de Direito Constitucional, no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
    Ministro Fernando Haddad argumenta bem, mas isso não basta (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    Em audiência na Câmara dos Deputados, Fernando Haddad perdeu a paciência com as provocações da oposição. E partiu para cima.

    Ao ouvir que a economia vai mal e que deveria voltar para os livros: “Eu não sei o quanto o senhor gosta dos livros, mas lhe peço que acompanhe os relatórios da Fazenda”.

    Ao ver o custo do calote nos precatórios e a isenção de ICMS (feitos por Bolsonaro) postos na conta do governo: “O filho é teu, tem que assumir. Faz exame de DNA”.

    Sobre o desprezo à cultura: “O senhor gosta de monocultura, eu que sei que o senhor gosta.” “Eu olho pro senhor do ponto de vista antropológico. (…) Tentando entender o seu raciocínio. Com grande dificuldade”.

    Sobre isenção de imposto para jogo: “Eu me pergunto se o senhor está em seu juízo perfeito.”

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    E, com toda a razão, acusou o bolsonarismo de estar mais interessado em lacrar nas redes do que em contribuir para um debate sério sobre o país — ironicamente, ao criticar a lacração alheia, lacrou como se não houvesse amanhã.

    Reconheça-se, Haddad foi divertidíssimo, deu um baile e, indiscutivelmente, ganhou a discussão.

    Mas não levou.

    Nem só de bolsonaristas lacradores e mal intencionados vive a crítica ao governo: há muita gente séria e bem intencionada que está preocupada, com bons motivos, com os rumos da economia.

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    O deficit nominal está na lua, continua subindo, mas o arcabouço fiscal não prevê corte de despesas em nenhuma circunstância (ao contrário, prevê aumento constante). O equilíbrio fiscal depende exclusivamente de aumento de arrecadação (ou seja, de impostos). Mas, quando a arrecadação aumenta, em vez de abater a dívida, o governo reduz a meta do déficit primário.

    Ministros como Ruy Costa e Alexandre Silveira defendem aumentar os gastos e só quem demonstra compromisso com a responsabilidade fiscal é o ministro da Fazenda. O próprio Lula vive criticando a responsabilidade fiscal e defende redução de juro na marra. E bastou Haddad defender na Câmara a tributação das importações da China (que chama, não sem razão, de “contrabando”) para o presidente avisar que deve vetá-la.

    Haddad disse que “a impressão que dá é que tem um fantasminha fazendo a cabeça de pessoas e prejudicando nosso plano de desenvolvimento”.

    O problema é que o “fantasminha” que está assombrando o governo Lula e atrapalhando os planos de Haddad é o próprio presidente Lula.

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    (Por Ricardo Rangel em 26/05/2024)

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