E a Petrobras, hein?
Bolsonaro demitiu mais um presidente da empresa. Estamos indo para o quarto presidente em quatro anos.
Roberto Castello Branco caiu porque não queria aceitar intervenção no preço do petróleo. Mas também porque não permitiu manipulação na verba de publicidade.
O general Joaquim Silva e Luna caiu porque também não queria aceitar intervenção no preço do petróleo. Mais um oficial-general de quatro estrelas demitido de maneira imotivada, sumária e humilhante.
Bolsonaro tentou emplacar Adriano Pires na presidência e Rodolfo Landim no conselho. Não deu pé, porque os dois eram ligados a certo empresário do ramo de óleo e gás. A solução foi nomear, correndo, José Mauro Ferreira Coelho, funcionário de carreira.
Bolsonaro então demitiu o ministro das Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, que era contra a criação de um gasoduto de 100 bilhões que ia favorecer o tal certo empresário. Mais um oficial-general de quatro estrelas demitido de maneira imotivada, sumária e humilhante.
Segundo a jornalista Malu Gaspar, Bolsonaro queria trocar três diretores da Petrobras, dois dos quais não tinham nada a ver com preço do petróleo. Um deles controlava… a verba da publicidade. Pelo jeito, em vez de trocar os diretores, Bolsonaro preferiu trocar logo o presidente.
O novo escolhido para assumir o leme é um homem de Paulo Guedes, Caio Paes de Andrade, que é (ou era) o secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia. Não está claro se vai colar, pois Andrade não preenche os critérios exigidos para o cargo.
Bolsonaro interfere na Petrobras (e no setor de óleo e gás em geral) o tempo todo, sempre por motivos pouco republicanos. E tem gente que acredita que o governo é liberal. E tem gente que acredita que acabou a mamata.