Por Rubens Valente e Dimmi Amora, na Folha:
O presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Benjamin Zymler, disse ontem aos ministros do tribunal, durante reunião fechada em seu gabinete, que cogitava deixar a presidência, segundo a Folha apurou. Ele foi demovido da ideia. A Folha revelou ontem que Zymler recebeu ao menos R$ 228 mil por palestras e cursos ministrados em órgãos públicos fiscalizados pelo TCU. Após os pagamentos, Zymler continuou atuando em processos de interesse dos contratantes. O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, considerou a atividade de Zymler “incompatível” com seu cargo e vedada por lei. Para ele, Zymler “precisa se decidir”.
“O ministro ou se mantém no TCU ou abre mão disso e vai para a iniciativa privada”, disse Cavalcante. Pela manhã, Zymler convocou reunião com os ministros do tribunal. Ele teria dito que não valia a pena ficar na presidência para ter “a sua reputação abalada”.
Os ministros o acalmaram e o convenceram a ficar. À tarde, durante sessão, o ex-presidente Ubiratan Aguiar leu nota de apoio a Zymler, assinada por quatro entidades ligadas a conselheiros de tribunais de contas estaduais e municipais. O procurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado, discursou em apoio a Zymler.
O presidente do TCU voltou a dizer que considera legal a sua contratação para palestras e que seus votos são isentos. “Não tenho dúvida sobre a atividade que exerci. Tenho certeza que jamais foi exercida fortuitamente ou de forma conflitante com qualquer plano em relação ao meu cargo.” Aqui