Ah, sim: o presidente de Furnas, Flávio Decat, não é o único amigo de Fernando Sarney na cúpula do setor elétrico, área que tem a especial predileção do clã. Também tem o “Pipoca”. Quem é o “Pipoca”? Fernanda Odilla e Andreza Matais informam na Folha desta sexta:
O ministro Edison Lobão (PMDB) trouxe de volta ao Ministério de Minas e Energia um assessor que foi grampeado pela Polícia Federal ao conversar com o filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sobre pedidos de favores. Na época das gravações, Antonio Carlos Gomes Lima, o Pipoca, como é conhecido, era assessor especial de Lobão na pasta. Ele deixou o cargo em 2009, depois de a imprensa noticiar suas relações com o empresário Fernando Sarney. Segundo as conversas, Pipoca recebe ordens de Fernando, que ditava compromissos e marcava encontros na agenda do ministro, além de pedir nomeações em cargos comissionados.
O assessor de Lobão não era o alvo da polícia, mas foi apontado pela PF como interlocutor frequente do principal investigado, Fernando Sarney, já indiciado sob acusação de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e outros crimes -os quais nega. A nomeação de Pipoca, que reassumiu o comando da assessoria de comunicação da pasta, foi publicada no “Diário Oficial” em janeiro. Ao deixar o MME, em 2009, ele foi para a Eletrobras, outro reduto da família Sarney, como assistente da presidência, e ganhou uma cadeira no conselho de administração da Eletronuclear. Funcionário do governo do MA, Pipoca negou envolvimento com as ações investigadas pela PF e afirmou que foi cedido ao MME pela Eletrobras em janeiro deste ano. Disse que mantém relação de amizade com a família Sarney há 30 anos e que fez por Fernando Sarney o que faria “por outra pessoa”.