Escrevi nesta manhã um texto sobre a diferença de tratamento dispensado por vários setores a manifestações de protesto na USP, Universidade de São Paulo, que é estadual, e na Unifesp, que é federal. É claro que a crítica é dirigida também a boa parte da imprensa. A parcialidade é vergonhosa, mas explicável. Antes que entre no mérito, algumas informações.
Ainda há 22 estudantes presos na Polícia Federal. Foram detidos ontem pela PM, que foi acionada pela direção do campus da Guarulhos. Eles haviam invadido um prédio da administração. As fotos provam que houve depredação do patrimônio, pichação etc. Nada que os invasores da USP não tenham feito. A questão é saber por que aqueles vândalos mereciam o tratamento dispensado aos heróis e por que contavam com o apoio dos petistas. Fernando Haddad, o grande responsável pelas condições miseráveis em que funcionam algumas universidades federais, criticou o governo do estado e a PM quando a USP foi devolvida ao estado de direito. No caso da Unifesp, ele e os demais petistas estão de bico fechado.
Não, senhores! Escreverei quantas vezes for necessário fazê-lo: não apoio manifestações desse tipo. Ao contrário: invadiu, depredou, quebrou, pichou, tem mais é de haver punição, sejam alunos da USP ou da Unifesp. Escolheu a violência em vez do diálogo, lei no lombo da tigrada! Mas sou coerente: defendo a ordem tanto nesse caso como naquele. Mas e os petistas? E alguns setores da imprensa? O repórter José Roberto Burnier não vai chamar os invasores de agora de “meninos”, como fez no caso da USP?
Na noite passada, um grupo de estudantes dormiu na calçada do prédio da PF, no bairro da Lapa, em solidariedade aos colegas presos. Pensei que Suplicy fosse pegar seu cobertorzinho e se juntar à turma. Passaria a noite cantando “Blowin’in the Wind” e recitando algumas bobagens de Mano Brown, o maior pensador da esquerda brasileira hoje — Marilena Chaui, a Madame Mim da filosofia, perdeu o lugar. Mano Brown ainda é melhor do que ela…
Por que é assim?
Por que essa diferença de tratamento também da imprensa? Porque as redações, infelizmente, também estão infiltradas pela droga da ideologia petista. Escrevi ontem que o petismo está para o marxismo como o crack está para a cocaína: é uma droga ideológica mais popular, mais barata, mais fácil de conseguir e é passada adiante por traficantes pés de chinelo.
Como funciona? Assim: houvesse 22 invasores da USP presos, o assunto certamente estaria entre os mais comentados nas redes sociais, no Twitter especialmente. A máquina petista que monitora a Internet se encarregaria disso, com seus robôs e perfis falsos. Isso, por si, já geraria notícias nos sites jornalísticos. Parlamentares de esquerda sairiam botando a boca no trombone, acusando o governo de São Paulo de truculência, o que renderia novas reportagens, numa bola de neve. Então não vimos? A Madame Mim da Fefelechi esteve na USP no começo desta semana para acusar a universidade de ter se rendido ao “neoliberalismo” , para atacar o reitor, João Grandino Rodas, e para acusar a PM de espancar estudantes no campus. Sobre as 55 federais em greve, nada disse. Quem nunca teve compromisso com a verdade não tem problema nenhum em mentir, certo? Fez as suas acusações e virou notícia.
Como diz Gilberto Carvalho, o espião de Lula infiltrado no governo Dilma, o PT tem mesmo um jeito diferente de resolver as coisas.
Ah, sim: perguntei onde está Daniel Ilescu, o tiozinho do PCdoB que preside a UNE. Pergunta meramente retórica. Deve estar ocupado contando a dinheirama que o governo federal já repassou para a entidade pelega que dirige. Sobrando algum tempinho, certamente se ocupa de tentar encontrar alguma desculpa para o dinheiro de convênios que a UNE gastou comprando uísque, freezer e tanquinho.