No Estadão:
O termo de colaboração 1 do empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, descreve o fluxo de duas ‘contas-correntes’ de propina no exterior, cujos beneficiários seriam os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O empresário informou à Procuradoria-Geral da República que o saldo das duas contas bateu em US$ 150 milhões em 2014. Ele disse que o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma) operava as contas.
A reportagem do Estadão confirmou com procuradores próximos ao caso que a conta estava em nome de empresas offshores em banco na Suíça. A utilização de offshores caracteriza, para os investigadores, tentativa de camuflagem dos reais beneficiários da conta.
Procurado, o Ministério Público da Suíça se recusou a comentar e afirmou que não daria informações sobre ‘pessoas investigadas ou não’ pela Procuradoria.
As duas contas foram ‘zeradas’ em 2014. Segundo Joesley Batista, o dinheiro foi utilizado para financiar campanhas políticas de partidos e candidatos elencados pelo ex-ministro Guido Mantega. Segundo o empresário, ele foi ‘explícito’ em uma reunião com Dilma sobre a existência desse dinheiro. De acordo com sua delação premiada, os gastos eram tratados em reuniões entre Guido Mantega e Batista.
“Foi até zerar, até acabar. Acabou a da Dilma e acabou a do Lula. Eu avisei quando acabou.”
O empresário não soube dizer se os partidos que se beneficiavam dos recursos usavam o dinheiro ‘em caixa 1, em caixa 2, por dentro ou por fora’. Segundo ele, quem cuidava dessa relação de pagamentos era Edinho Silva na época, o tesoureiro da campanha.