“Pago”, “pagado” e pagando o sapo…
Empreguei em algum post abaixo a forma “tinha pagado”. Um leitor educado reclama. E uma trempa de petralhas analfabetos resolveu dizer que meu português é pior do que o do Emir Sader. O que me irrita é essa gente nem fazer uma pesquisa rápida. Há verbos que têm dois particípios passados: um regular e outro […]
Há verbos que têm dois particípios passados: um regular e outro irregular. É o caso de “entregar”. Vejam: “Gedimar tinha/havia entregado Freud Godoy em dois depoimentos, mas depois voltou atrás”; “o dinheiro do dossiê fajuto foi entregue por Hamilton Lacerda, assessor de Mercadante, a Gedimar no hotel Íbis.” Com os auxiliares “ter” e “haver”, costuma-se empregar o particípio REGULAR; com o auxiliar “ser”, o IRREGULAR.
O mesmo vale para “pagar”. “A Petrobras tinha pagado regiamente as ONGs por seu trabalho”. Ou “As ONGs foram regiamente pagas pela Petrobras”. O particípio regular é “pagado”. Nesse caso, a confusão é mais freqüente por causa do adjetivo “pago”, formado com o particípio: “As contas pagas estão na pasta preta”. Não se admite “as contas pagadas”.
Alguns gramáticos já aceitam o uso do particípio irregular tanto com o verbo “ser” como com os verbos “ter/haver”. Eu não admito.