Qual produto imobiliário apresentou maior índice de valorização nos últimos anos, superando também outras aplicações financeiras e ativos como o ouro? A resposta está no interior de estados como São Paulo. Estamos falando aqui dos condomínios de campo de alto luxo, a onda de negócios que enterrou aquela ideia antiga de fazendas rústicas com instalações modestas e espírito frugal. No lugar disso, surgiram empreendimentos com uma cara de resort country, nos quais os proprietários de mansões gozam de serviços como piscinas artificiais para surfe, spas com equipamentos modernos, lojas de grife e, como não poderia deixar de ser, esquema de segurança de alto padrão.
Há exemplos desse tipo de negócio fincados por várias partes do Brasil, mas o principal filão se concentra no interior de São Paulo. Os condomínios de luxo próximos à capital do estado surgidos a partir do final dos anos 90 apresentaram desde o início uma boa valorização, mas o preço explodiu de vez com a pandemia, quando muitas pessoas procuraram alternativas para trabalhar em esquema mais confortável de homeoffice sem ficar muito distantes da metrópole. Empreendimentos como a Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, a uma hora e meia de São Paulo, tiveram uma valorização que chegou a incríveis 400% do preço do metro quadrado do terreno (em uma comparação entre março 2019 e março 2023). Responsável pelo complexo, a incorporadora JHSF, que antes tinha dificuldade em reduzir o estoque de unidades à venda, hoje só tem o que comemorar, com filas de interessados batendo à sua porta. Devido à forte procura, a empresa ampliou nos últimos tempos a carteira de condomínios de campo de luxo, com mais três projetos do gênero, também no interior paulista. O Boa Vista Village e o States já estão sendo comercializados e um terceiro empreendimento, ainda sem nome, será lançado em 2024.
Outros empreendimentos do gênero preferem reforçar o apelo da vida no campo, o contato com a natureza e a desconexão com a vida atribulada da cidade, sem deixar de oferecer também megas-estruturas de lazer. Um dos principais representantes dessa tendência é O Haras Larissa, em Monte Mor. Localizado a uma hora da capital paulista, o complexo surgiu a partir de uma centenária fazenda, que acabou sendo transformada para dar origem ao condomínio. Recentemente, foi aberta a segunda e última fase de comercialização do local. Um dos hóspedes célebres que passaram pelo Larissa foi o Príncipe Harry. Em 2012, ele aproveitou a estadia no local por três dias para inaugurar o campo de polo e, entrando no gramado a bordo de uma carruagem, atuou em uma partida beneficente do time dele, o Sentebale, contra o St. Regis.
Esses exemplos bem-sucedidos devem fatalmente levar outras empresas a apostar forte nesse setor, incrementando assim o portifólio dos condomínios de campo de luxo em São Paulo. Trata-se de mais uma prova de que esse nicho ainda tem muito potencial de desenvolvimento e forte demanda. Com essa concorrência de projetos premium, todos saem ganhando: os investidores, os proprietários e o entorno das regiões em que estão inseridos, com mais comércio e serviços, gerando renda e emprego para os municípios.