Quase um mês depois de causar polêmica ao afirmar, no Jornal Nacional, que uma parcela do agronegócio é “fascista e direitista”, o ex-presidente Lula foi nesta terça ao Canal Rural conceder uma entrevista que será exibida a partir das 19h desta quarta. À reportagem da emissora, o petista disse que a bancada ruralista no Congresso é “muito respeitada” e grande e que terá que conversar com os parlamentares no setor independente de ideologia. O grupo é majoritariamente identificado com o presidente Jair Bolsonaro.
“Eu acho que a bancada ruralista é uma bancada muito respeitada, é uma bancada grande, e eu vou ter que conversar com ela como converso com a bancada do PT, como converso com a bancada do PSDB. Ou seja, eu não escolho ideologicamente as pessoas para conversar quando você tem um assunto para resolver. É assim que tem que agir um presidente da República. Um presidente da República tem lado quando está na disputa. Quando ele ganha as eleições, ele vira presidente de todos”, declarou Lula.
Segundo o Canal Rural, o presidenciável do PT destacou o tema da segurança alimentar e questões ambientais, como o Código Florestal e o desmatamento ilegal. Também disse que o seu programa de governo prevê a captação de recursos para financiar o pagamento por serviços ambientais e a segurança jurídica no caso de invasão de terras — grande temor no agro.
“Quando você é eleito presidente da República, você precisa governar para 215 milhões de habitantes, e isso envolve pequeno, médio e grande produtor, envolve pequeno, médio e grande empresário, envolve empreendedor, envolve desempregado. E você precisa governar para todos. Eu já fiz isso durante oito anos de governo e vou continuar fazendo. E eu tenho certeza que a convivência será muito tranquila”, afirmou.