Daniel Silveira (PSL-RJ) abusou das suas prerrogativas como deputado, acabou preso em flagrante e ainda assim pode ter seu mandato salvo por seus colegas, que semana passada, o mantiveram detido, com 364 votos a favor.
Deputados do Conselho de Ética que votaram pela manutenção da prisão de Silveira no plenário, apontam que podem salvar seu mandato no colegiado.
Dos 12 titulares do órgão que confirmaram o voto ‘sim’ para deixá-lo na cadeira, ao menos 3 – nem todos foram procurados por Radar – dizem que, agora, é tudo diferente.
“A manutenção da prisão foi um ato necessário naquele momento. A apreciação no conselho não terá o mesmo ritmo. É outro momento. Teremos que discutir. Não é fácil nunca votar contra um colega”, disse o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), que é vice-presidente do Conselho de Ética.
“Vamos conversar para ver o que será feito. Temos que ouvi-lo também. Ele disse que já se arrependeu. É preciso levar isso em consideração, mas vamos avaliar”, afirmou Luiz Carlos Motta (PL-SP), também do conselho e que votou por manter o colega preso.
“Uma coisa é votar ele para continuar preso, outra é defender a cassação de seu mandato. Não é necessariamente ter votação pela perda do mandato. Uma coisa é uma coisa. O deputado vai passar por um rito no conselho, terá direito a ampla defesa, ao contraditório. Teremos que ver qual será a posição do relator. Enfim, aguardar a evolução do caso”, salientou Hiran Gonçalves (PP-RR), outro do conselho e pró-prisão de Silveira.
Mauro Lopes (MDB-MG), também do conselho e que votou pela prisão do colega, não tem dúvida de que o deputado bolsonarista tem que perder o mandato.
“Se todos foram conscientes como eu sou, vamos votar para cassar o mandato desse elemento. Não é possível ele conviver no meio de um parlamento que representa o povo. Não pode sentar mais nessa cadeira. Faço questão de continuar no Conselho de Ética para votar pela cassação desse elemento”, ressaltou Lopes.
O deputado mineiro fala em continuar porque o mandato dos atuais conselheiros expiram agora. São dois anos nessa função. Os partidos devem trocar seus representantes.