Antes de agendar os três primeiros depoimentos para a semana que vem, a CPMI do 8 de Janeiro aprovou a convocação de 35 pessoas, entre as quais três ex-ministros do governo Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid, integrantes das polícias Militar e Civil do Distrito Federal e do Exército, e suspeitos de participar e financiar os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Na mesma reunião, na terça-feira 13, a maioria dos integrantes rejeitou requerimentos para convocar o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, e o ex-diretor-adjunto da Abin, Saulo Moura da Cunha, e para convidar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
O primeiro a depor será Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, na próxima terça-feira, dia 20. Na quinta, estão previstas as oitivas de George Washington de Sousa, preso no ano passado suspeito de participar da instalação de uma bomba perto do Aeroporto de Brasília, e de Valdir Pires Dantas, perito da polícia que ajudou a desarmar o artefato explosivo.
Veja a seguir a lista dos convocados:
Anderson Torres
Era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em 8 de janeiro e foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro. Ficou preso durante quase 4 meses.
Augusto Heleno
É general da reserva do Exército e foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional durante todo o governo Bolsonaro.
Walter Braga Netto
É general da reserva do Exército, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e ex-candidato a vice-presidente, como testemunha.
Mauro Cid
É tenente-coronel do Exército e foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante todo o seu governo. Está preso desde 3 de maio por suposto envolvimento em um esquema de fraude em cartões de vacinação.
Antônio Elcio Franco Filho
É coronel da reserva do Exército e foi secretário-executivo do Ministério da Saúde e assessor especial da Casa Civil durante o governo Bolsonaro. Teve mensagens de cunho golpista interceptadas pela Polícia Federal.
Silvinei Vasques
Foi diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal entre abril de 2021 e dezembro de 2022, no governo Bolsonaro, e é investigado pela atuação da corporação nas eleições do ano passado.
Jorge Eduardo Naime Barreto
É coronel da PM-DF e era o comandante de Operações da corporação nos ataques de 12 de dezembro de 2022 e de 8 de janeiro deste ano. Está preso há mais de quatro meses.
Marília Ferreira de Alencar
Era subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 8 de janeiro.
Ailton Barros
Foi expulso do Exército, era amigo do ex-presidente Jair Bolsonaro e está preso desde 3 de maio por suposto envolvimento em um esquema de fraude em cartões de vacinação. Teve mensagens de cunho golpista interceptadas pela Polícia Federal.
Albert Alisson Gomes Mascarenhas
É engenheiro e filmou a própria atuação na invasão ao Congresso no dia 8 de janeiro.
Adauto Lucio de Mesquita
Empresário de rede atacadista suspeito de financiar o acampamento em frente ao Quartel General de Brasília.
Argino Bedin e Roberta Bedin
São empresários ligados ao agronegócio em Mato Grosso. Tiveram as contas bloqueadas após os bloqueios de estradas e são suspeitos de financiar os atos.
Edilson Antonio Piaia
É empresário do agronegócio em Mato Grosso e teve as contas bloqueadas por Alexandre de Moraes. À época, caminhões da frota de Edilson foram flagrados fechando rodovias após as eleições.
Fábio Augusto Vieira
Foi comandante da PM do Distrito Federal e ficou quase um mês preso por suposta omissão nos atos de 8 de janeiro.
Fernando de Souza Oliveira
Foi o número 2 de Anderson Torres no governo do DF. Com o secretário nos Estados Unidos, ele estava à frente da Segurança Pública durante os atos de 8 de janeiro.
George Washington de Oliveira Sousa
Foi preso por ter montado um explosivo em um caminhão de combustível, próximo ao Aeroporto de Brasília, na véspera de Natal. A tentativa de atentado fracassou.
Gustavo Henrique Dutra de Menezes
Foi chefe do Comando Militar do Planalto, exonerado por Lula em abril, antes de prestar depoimento sobre o 8 de Janeiro à Polícia Federal. O general estava afastado do cargo desde fevereiro.
Jeferson Henrique Ribeiro Silveira
Era o motorista do caminhão-tanque no qual foi armado um explosivo, próximo ao Aeroporto de Brasília, na véspera de Natal.
Jorge Teixeira de Lima
Foi o delegado da Polícia Civil responsável pela investigação da tentativa de atentado na véspera de Natal.
José Carlos Pedrassani, Diomar Pedrassani e Leandro Pedrassani
São empresários do agronegócio em Mato Grosso e donos de um caminhão usado nos bloqueios de estradas após a derrota de Jair Bolsonaro. Foram doadores da campanha do ex-presidente.
Joveci Xavier de Andrade
É empresário e dono de uma grande rede atacadista. Joveci é suspeito de financiar o acampamento em frente ao Quartel General de Brasília.
Júlio Danilo Souza Ferreira
Foi o antecessor de Anderson Torres na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Na CPI instaurada na Assembleia do DF, ele disse que não podia combater crimes no acampamento militar e ofereceu apoio, como um caminhão de Bombeiros, a pedido do Exército.
Leonardo de Castro
É diretor de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal.
Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra
É coronel da PMDF e foi chefe interino do Departamento de Operações. Foi apontado pela Polícia Federal como um dos responsáveis pela falta de planejamento policial para conter os ataques de 8 de janeiro.
Milton Rodrigues Neves
É delegado da Polícia Federal e foi secretário-executivo do governo do DF. Foi exonerado em janeiro por Anderson Torres.
Márcio Nunes de Oliveira
Foi diretor-geral da Polícia Federal no governo Bolsonaro e nomeado adido da PF em Madri 11 dias antes de o ex-presidente deixar o cargo.
Marcelo Fernandes
É delegado da Polícia Civil do Distrito Federal.
Robson Cândido
É delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal.
Wellington Macedo de Souza
É um dos suspeitos da tentativa de atentado próximo ao Aeroporto de Brasília na véspera de Natal.
Valdir Pires Dantas Filho
É perito da Polícia Civil do Distrito Federal.
Ainesten Espírito Santo Mascarenhas
Empresário que aparece em vídeos em frente ao Congresso no dia 8. É suspeito de financiar os atos.
Alan Diego dos Santos
É um dos suspeitos da tentativa de atentado próximo ao Aeroporto de Brasília na véspera do Natal.