Vasco SAF perde R$ 123 milhões em 2023, e conselho fiscal liga alerta
Parecer vê “incerteza relevante sobre a continuidade operacional” da SAF cruzmaltina, que “dependerá” de sucesso de plano para tornar-se superavitária
O Vasco SAF teve um prejuízo de 123,5 milhões de reais em 2023, mais do que as perdas de 88,1 milhões de reais em 2022, e seu patrimônio líquido fechou o ano passado negativo em 601,7 milhões de reais.
As informações estão nas demonstrações contábeis da empresa comandada pela 777 Partners, que detém 70% das ações, para o período de 31 de dezembro de 2022 a 31 de dezembro de 2023. As demais ações pertencem ao clube associativo.
Os números ligaram o alerta no conselho fiscal da SAF, que afirma em parecer haver “incerteza relevante sobre a continuidade operacional do Vasco SAF”.
“O Conselho Fiscal recebeu, em sua 12ª reunião de 08 de abril de 2024, informações da Diretoria Executiva sobre como manter as futuras operações do Vasco SAF em condições superavitárias, através de um (plano de negócios) de alto nível até 2033. A continuidade operacional do Vasco SAF dependerá da implementação bem-sucedida de planos como o apresentado”, diz o órgão.
O parecer ressalta que, mesmo depois das injeções de dinheiro que a 777 Partners se comprometeu a fazer em 2024 (270 milhões de reais) e 2025 (120 milhões de reais), o Vasco SAF ficará com patrimônio líquido negativo em cerca de 212 milhões de reais.
O conselho fiscal também diz preocupar-se com a situação da dívida da empresa cruzmaltina. Apesar de reconhecer os esforços para pagar mais de 140 milhões de reais em principal e juros de pendências em 2023, o órgão afirma que o saldo final segue “significativo”, o serviço da dívida ainda é “alto” e, portanto, é necessário um plano estruturado de pagamentos e renegociação para garantir o equilíbrio financeiro do Vasco SAF”.
“Entendemos que é prioritário estabilizar os resultados esportivos, que em 2023 a ação – executada com sucesso – de maior retorno geral, inclusive financeiro, para a SAF era a manutenção na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, mas é mister reduzir a alavancagem da empresa”, escrevem os conselheiros Carlos Antonio Rodrigues Jorge, Marco Norci Schroeder e Wander Faria de Souza Azevedo.