Em meio a negociações com o PSB para a formação de uma federação entre as siglas, a presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann declarou ter considerado como uma “sinalização política ruim” o anúncio da visita de Sergio Moro ao governador do Espírito Santo Renato Casagrande, do próprio PSB.
O ex-juiz será recebido neste sábado, 12, em um café da manhã no Palácio Anchieta, sede do governo capixaba.
“Você não serve a dois senhores, não pode ser assim. É uma sinalização política ruim, porque estamos falando de um projeto, o PSB está fazendo discussão de federação, então realmente torna a coisa mais azeda, difícil”, disse a deputada após reunião na Fundação Perseu Abramo, em São Paulo.
Gleisi afirma que ainda não tratou do assunto com o presidente do partido, Carlos Siqueira, e que os caciques deverão se reunir novamente daqui a dez dias. As negociações entre as legendas têm como entrave maior os nomes de Márcio França (PSB) e Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo — até o momento, nenhum partido decidiu abrir mão das candidaturas.
Segundo a deputada, a decisão do STF de aumentar o prazo para definição de federações até 31 de maio vai permitir que as discussões sejam mais amadurecidas dentro de cada partido.
“A gente já resolveu Pernambuco, que foi um passo importante, vamos ter conversas agora no Rio Grande do Sul. Essas articulações nos estados queremos resolver antes [de 31 de maio], porque isso também ajuda a destravar o processo de federação”, diz Gleisi.