Além de processar os investigados pela Lava-Jato por operarem o maior esquema de corrupção já visto no país, a Sete Brasil briga na Justiça para receber 10 milhões de dólares resgatados pela operação das mãos de corruptos que saquearam a Petrobras.
A empresa, criada para fornecer sondas à petroleira, sustenta que o dinheiro sujo, pago em propinas por contratos de sondas da companhia, não deve voltar para a estatal porque, em sua visão, o alvo do golpe foi a própria Sete Brasil que acabou enfrentando duras dificuldades financeiras por causa da roubalheira petista na Petrobras.
Num processo na Justiça, a Sete argumenta que os dirigentes da empresa eram indicados pela cúpula da Petrobras. Tal exigência tornou a empresa vulnerável ao propinoduto comandado por João Vaccari Neto a partir do ex-diretor Renato Duque e outros figurões do partido.
“É incontroverso nos autos que a Sete Brasil efetuou pagamentos ao Estaleiro Jurong pela compra e encomenda dos sete navios sonda (que, quando entregues – e até hoje não o foram -, seriam afretados à Petrobras). É incontroverso que após cada pagamento, o Estaleiro Jurong fazia repasse de parte do valor (0,9% mais especificamente), a qual era repartida, em transferências no exterior, para Renato Duque, Pedro Barusco, João Ferraz e Eduardo Musa. Em suma, é incontroverso que a propina tinha relação direta e sequencial aos pagamentos da Sete Brasil para a Jurong”, diz a empresa.
“A pretensão da recorrente é ter o justo reconhecimento do Poder Judiciário de que a reparação mínima dos danos, fixada na sentença no montante de USD 10.366.264,03, deve ser destinada à recorrente, vítima de fato do crime praticado, e não para a Petrobras, que nenhum prejuízo econômico sofreu”, segue a empresa.