Senador pede para PF apurar notas frias do cartão corporativo de Bolsonaro
Jorge Kajuru suspeita que ex-presidente desviou gastos superfaturados em hospedagem e alimentação
O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) pediu nesta quinta ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a abertura de uma nova investigação contra Jair Bolsonaro. O parlamentar suspeita de uso indevido do cartão corporativo para gastos superfaturados em hospedagem e alimentação, que podem ter gerado notas fiscais “frias”.
A divulgação da conta do ex-presidente mostra gastos incríveis como as transações com a Lanchonete Tony & Thais Ltda, por exemplo, que ultrapassaram 626.000 reais em quatro anos. O estabelecimento, aparentemente simples, localizado próximo ao Parque Ibirapuera, em São Paulo, emitiu 102 notas e cupons fiscais nesse período, incluindo ao menos dez faturas diferentes de exatos 9.000 reais.
“É inegável que houve uma rotina obscura nessas despesas, uma série de fatos que se repetiram em diversos locais e o objetivo era conseguir documentos que trouxessem uma capa de legalidade aos desvios”, afirmou Kajuru.
O senador também questiona o gasto de 18,9 milhões de reais com hospedagens e alimentações do GSI entre 2019 e 2022. Militares que viajaram na comitiva presidencial apresentaram notas fiscais para marmitas e lanches à equipe que bancaram parte da verba milionária. No entanto, pagamentos de hospedagens e refeições também foram feitos direto para conta dos militares que faziam a segurança do ex-presidente.
Bolsonaro era acompanhado em média por 50 militares, de acordo com consulta ao pagamento de diárias no Portal da Transparência. Ocorre que a tropa comprou, em um único dia, 3.600 refeições, em Boa Vista (RR), delatou o senador.
Kajuro também cita a denúncia do deputado Elias Vaz (PSB-GO). O parlamentar pediu explicações sobre os contratos para comida e bebida no avião presidencial.