Rui Costa diz que Bolsonaro confessou crime em ato na Paulista
O ministro da Casa Civil do governo Lula disse ainda que público no ato foi "muito aquém" do que os organizadores estavam divulgando
Questionado nesta segunda-feira sobre a manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro na avenida Paulista, no domingo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse ter ficado surpreso com o ato apenas pela “confissão dos crimes praticados” em praça pública.
O petista disse ainda que o público — estimado em até 750 mil pessoas pela PM de São Paulo e cerca de 185 mil por pesquisadores da USP — foi “muito aquém” do que os próprios organizadores estavam divulgando que teria de presença — 700 mil manifestantes, segundo anunciou na semana passada o porta-voz informal do ex-presidente, Fabio Wajngarten.
“A surpresa se refere apenas ao conteúdo da confissão dos crimes praticados, é o que todos, não só nós, eu acho que que o Brasil inteiro ficou surpreso. Talvez seja a primeira vez na história que pessoas que cometeram atos criminosos chamam um evento em praça pública e na praça pública e defronte à multidão confessam o crime e vão além disso, pedem perdão, pedem anistia pelos crimes cometidos. É algo talvez para ficar registrado, inusitado, na história do Brasil”, declarou Costa. “É um negócio estarrecedor”, complementou.
Sobre a quantidade de pessoas, que ocuparam alguns quarteirões da avenida Paulista, Costa afirmou que, “diante do que eles tinham divulgado e diante eventualmente da força que tiveram no passado não tem nenhuma surpresa”.
“Todos conhecem e sabem que o país ainda se encontra com um grau de polarização grande e de pregação do ódio. E, eventualmente, onde setores religiosos mobilizados por seus líderes religiosos para pedir cobertura ou anistia para crimes cometidos”, acrescentou o chefe da Casa Civil do governo Lula.
Ainda segundo Rui Costa, o governo não vai “resolver” o nível de radicalização e de ódio alcançado no país em poucos meses. “Isso é um processo de decantação e de busca pela racionalidade e pela volta à paz no país. Isso é um processo lento, isso não é rápido, isso está acontecendo lentamente”, concluiu.