Mesmo com a queda precoce de Romero Jucá, a Eurasia manteve as chances de o impeachment não passar pelo Senado em 20%. Caso o impedimento passe, o cálculo é que há 25% de probabilidade de Temer não terminar mandato, com o governo minado por denúncias da Lava-Jato.
À coluna, o chefe de análise de Brasil da consultoria de risco político, Christopher Garman, disse que o episódio de hoje traz um desgaste e pode mudar a narrativa. “Os próximos três ou quatro meses serão cruciais”, disse, acrescentando que a maior parte das delações deve acontecer neste período – inclusive, sem descartar a possibilidade de que até mesmo Eduardo Cunha recorra ao expediente, caso seja cassado.
“Se existiu um erro de cálculo por parte dos analistas foi subestimar o escopo e o alcance da Lava-Jato. Os acontecimentos de hoje validam nosso cenário”, disse.
Por enquanto, a avaliação é que o episódio de Jucá, isolado, não tem poder para derrubar o governo e nem comprometer a agenda de reformas – temor expresso pelo mercado financeiro, com queda do Ibovespa e alta do dólar.
“Há uma base ampla no Congresso e rede de articulares, conduzindo os trabalhos. Tem como se recompor. Acho que as reformas econômicas devem acontecer, sem mudança radical, mas com medidas que podem dar certo alívio”, pondera.