Randolfe Rodrigues foi informado nos bastidores sobre o que os parlamentares do PMDB já sabem há tempos: João Alberto, presidente do Conselho de Ética e fraterno aliado de José Sarney, está prestes a aceitar a denúncia do chamado mensalinho do Amapá (Leia mais em: Quem dera, Agora é sua vez e Mensalinho arquivado).
Na avaliação de boa parte dos peemedebistas, se os documentos não forem suficientes para culminar na cassação, ao menos servirão para desgastar a imagem de Randolfe, um dos parlamentares que mais compram embates diretos com Sarney e Renan Calheiros.
A denúncia trata de um suposto pagamento de propina por parte do governador do Amapá em 1998, o hoje senador João Capiberibe, a deputados da assembleia legislativa local, entre eles Randolfe.
Se o clima entre Randolfe e Sarney sempre esteve para lá de azedo, a aceitação da denúncia tem tudo para transformar uma guerra, hoje fria, em batalha campal. Ato contínuo à instauração do processo, Randolfe entrará com uma representação de suspeição contra João Alberto.
Capiberibe e Randolfe argumentam que João Alberto está sentado em cima da denúncia há sete meses, embora tivesse que dar seu parecer em até cinco dias, e acusam o presidente do Conselho de tomar partido e se posicionar sobre o mérito dos documentos em Plenário, o que não é permitido.