Ao vasculhar as falcatruas delatadas pelo empresário Daniel Gomes da Silva na Paraíba, os investigadores da Polícia Federal chegaram a mensagens de e-mail do ex-senador Ney Suassuna que revelariam seu envolvimento com o bando que assaltou a saúde pública no estado durante o governo de Ricardo Coutinho.
Suassuna não está entre os 17 alvos de mandado de prisão expedidos pela Justiça, mas foi alvo de buscas dos investigadores. No acordo de delação que fechou com a Procuradoria, já homologado pelo Superior Tribunal de Justiça, Daniel Gomes relata no anexo 67 que costumava frequentar a casa do ex-senador, que teria recebido dele uma mesada de 40.000 reais, além de pagamento por alugueis de fachada de dez apartamentos.
Foi por meio de Suassuna que, em 2010, durante a campanha, ele teria sido apresentado por Suassuna a Coutinho. Para os investigadores, o ex-senador teve papel crucial na consolidação das alianças criminosas que acabaram por fortalecer o bando nos bastidores do governo do PSB.
A mesada de 40.000 reais era paga como reconhecimento pelo papel do ex-senador na aproximação de Daniel e Coutinho.
Em tempo, se você também se fez a pergunta, Ney Suassuna é primo de Jonas Suassuna, o agora ex-sócio de Lulinha, como o Radar revelou nesta semana.