Na mira da Lava-Jato por causa da mesada milionária paga a Lulinha e sua Gamecorp durante os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff, a Oi fez duas auditorias internas para mapear falcatruas e — surpresa! — nenhuma “ilegalidade” foi encontrada.
A Lava-Jato em Curitiba, até onde lhe foi permitido investigar o caso — agora em São Paulo –, descobriu que a história tinha de tudo, menos ausência de “indicativos de ilegalidade”.
Em dezembro, a operação divulgou 168 páginas de falcatruas envolvendo velhos conhecidos de um dos episódios mais rumorosos do governo Lula: o milagre da conversão de Lulinha em empresário de sucesso. Em um resumo simples, o papelório da Operação Mapa da Mina mostrou como a Gamecorp de Lulinha e dois amigos, Jonas Suassuna e Kalil Bittar, uma empresa de amadores, sem funcionários nem reputação de mercado, passou a faturar milhões de reais da noite para o dia junto a tubarões do setor de telefonia como a Oi — a história foi revelada por VEJA na célebre capa do “Ronaldinho”.
Foram os contratos milionários de Lulinha, Suassuna e Bittar com a tele que, segundo a Lava-Jato, bancaram o recanto de Lula nas montanhas de Atibaia, revelado por VEJA em 2015. O raciocínio para sustentar essa acusação é simples: a Oi, uma multinacional com interesses no governo Lula, pagou 132 milhões de reais em propinas a Lulinha e seus sócios. O dinheiro supostamente sujo era depositado na mesma conta bancária de onde saiu o dinheiro para a compra do sítio em Atibaia. Como VEJA revelou, Suassuna e Fernando Bittar, irmão de Kalil, são os donos formais da propriedade, comprada por 1,5 milhão de reais.
O pacote de evidências foi acompanhado por 146 anexos. São extratos de depósitos bancários, e-mails, mensagens de celular, depoimentos, contratos empresariais… Reunida em ordem cronológica, a papelada fornece um poderoso cenário sobre movimentações financeiras de Lulinha e sua turma com grandes empresas. O cheiro de que há, de fato, algo muito podre na história está presente.