Depois da manifestação de Eduardo Suplicy em evento do PT nesta semana, o vereador por São Paulo diz ter levado um “puxão de orelha” de Lula.
“Foi deselegante com o Aloizio”, disse o ex-presidente em privado — que na hora do ocorrido não reagiu, mas deixou escapar um leve sorriso sarcástico.
Na ocasião, Suplicy interrompeu a fala de Mercadante para queixar-se de que o coordenador do plano de governo Lula-Alckmin não havia incluído seu projeto de renda básica de cidadania entre as diretrizes apresentadas — e de sequer ter sido convidado para a reunião de lançamento.
O ex-ministro da Educação rebateu Suplicy e disse que a proposta estava, de fato, contemplada — de forma genérica — na prévia apresentada, e pediu que o ex-senador esperasse sua vez e se manifestasse “democraticamente”.
O evento acabou em climão. Suplicy tentou se desculpar com um abraço em Mercadante, que rejeitou a investida.
Mais do que uma intempestividade, a reação do petista histórico é resultado de uma série de mágoas acumuladas ao longo dos últimos meses. ‘Sofrendo calado’ pela rejeição no partido, primeiro se manifestou publicamente sobre não ter sido convidado para o casamento de Lula.
Mais recentemente, falou durante uma reunião com Haddad e outros petistas que estava esperando “há três meses” por um encontro com o ex-presidente para discutir seu futuro político — como a possibilidade de concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa –, mas que não havia tido resposta. Por enquanto, nenhuma data foi ainda marcada.
Suplicy ainda enviou uma carta após o ocorrido desta semana a Lula, Alckmin e Mercadante se explicando sobre o episódio — mas também não houve retorno. Mercadante se manifestou nesta sexta, dizendo que respondeu a mensagem — leia aqui.
“Vou continuar trabalhando pela renda básica, projeto este que já foi aprovado em 2004, e que tem forte apoio não só do partido, mas de outros partidos também”, diz.