Foi um fiasco a primeira investida eleitoral de Sergio Camargo, ex-presidente da Fundação Cultural Palmares. Candidato a deputado federal em São Paulo pelo PL, o polêmico aliado de Jair Bolsonaro recebeu apenas 13.085 votos neste domingo. Ele foi o 227º mais votado, e o estado tem 70 vagas para a Câmara.
O ex-chefe do órgão federal criado para promover e preservar os valores culturais, históricos, sociais e econômicos da influência negra na formação da sociedade brasileira ficou conhecido no governo pelos verborrágicos ataques justamente contra o movimento negro.
No começo desse ano, pouco antes de deixar o cargo para disputar as eleições, Camargo atacou o congolês Moïse Kabagambe – assassinado após uma sessão de espancamentos em um quiosque na orla do Rio por cobrar diárias de trabalho —, a quem chamou de “vagabundo morto por vagabundos mais fortes”.
O fracasso nas eleições deve deixar consequências financeiras. De acordo com a prestação de contas do candidato, ele recebeu 510.450 reais (sendo 500.000 do PL) e contratou despesas de 664.127 reais durante a campanha. O saldo devedor é, portanto, de mais de 150.000 reais.