A Justiça Militar da União começará nesta terça o julgamento do sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues preso em junho de 2019 na Espanha transportando 39 kg em um avião da Força Aérea Brasileira integrante da comitiva presidencial. Na ocasião, Jair Bolsonaro se preparava para uma viagem internacional. A droga foi encontrada na aeronave de apoio da comitiva oficial, durante uma escala no aeroporto de Sevilha, como mostrou o Radar.
À justiça espanhola, o sargento admitiu o crime em troca de uma pena menor, de seis anos de prisão e multa de dois milhões de euros. No Brasil, outras investigações estão em curso para apurar a extensão do esquema de tráfico com uso de aeronaves da Força Aérea. Em outubro do ano passado, a PF prendeu um dos cabeças do grupo.
Nesta terça começa o julgamento do sargento na primeira instância. A defesa quer trocar a imputação do crime de tráfico internacional de drogas para o crime previsto artigo 290 do Código Penal Militar, que tem pena menor.
Segundo o artigo, “receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, ainda que para uso próprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente, ou que determine dependência física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar” é passível de pena de dois a cinco anos de reclusão.
A defesa pede ainda que seja descontado de uma possível pena de prisão o tempo que o sargento cumpre na cadeia na Espanha. A ação corre na 2ª Auditoria da 11ª Circunscrição Judiciária Militar (11ª CJM). A audiência está marcada para às 9h.
O sargento será julgado por um conselho formado por um juiz federal, um coronel e três capitães da Aeronáutica.