Juiz substituto da 13ª Vara Federal de Curitiba, Guilherme Roman Borges autorizou, nesta quarta, o doleiro Alberto Youssef a acessar todos os dados do processo que investiga uma escuta clandestina colocada na cela dele na carceragem da Polícia Federal durante as investigações da Operação Lava-Jato.
A defesa de Youssef, conduzida pelos advogados Antonio Augusto Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores, poderá obter inclusive os áudios registrados pelo aparelho. A investigação, como o Radar vem mostrando nos últimos dias, pode resultar na anulação da principal delação premiada da Lava-Jato.
“É seu direito o acesso a estas escutas ambientais clandestinas realizadas no período em que esteve preso, pois, se de fato ocorreram, cabe a ele decidir se elas são ou não pertinentes a seu respeito, e não às autoridades administrativas por vontade própria assim concluírem”, anota o juiz na decisão.
“Ainda que o acesso a tais sindicâncias e escutas ambientais em nada altere as circunstâncias da vida dos envolvidos, ao menos o acesso e a possibilidade de decisão não podem ser impedidos pelo Estado. Ademais, se elas ocorreram, de modo clandestino, parece-me também de interesse da sociedade que tais fatos possam ser claramente apurados, inclusive evitando responsabilização de quem sequer teve alguma relação com eles”, segue o magistrado.