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Jovem Guarani Kaiowá é morto em confronto com a polícia no MS

Além da morte de Neri Guarani Kaiowá, uma mulher foi ferida na perna durante ação da Polícia Militar na Fazenda Barra, interior do estado

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 set 2024, 17h30

Na manhã desta quarta, um ataque policial na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, em Antônio João, no Mato Grosso do Sul, resultou na morte do jovem Neri Guarani Kaiowá.

O indígena foi assassinado a tiros durante um confronto na Fazenda Barra, uma área em disputa na terra indígena. Além da morte de Neri, uma mulher foi ferida na perna, e os barracos dos índios foram destruídos. A Força Nacional, responsável por intervir em situações de conflito fundiário, não estava presente no local.

A escalada de conflito na região, que também cobre municípios do estado do Paraná levou entidades a realizar uma missão humanitária na semana passada.

Formada por representantes de entidades indigenistas, movimentos sociais e autoridades públicas a missão visitou as terras indígenas Avá-Guarani, localizadas na região Oeste do Paraná.

“Os povos originários enfrentam ameaças contínuas de fazendeiros e jagunços. A delegação, composta por membros da Comissão Arns, Conselho Indigenista Missionário, Movimento dos Trabalhadores da Sem Terra, entre outros, busca demonstrar solidariedade às comunidades indígenas e articular apoio frente à escalada de violência que esses grupos têm sofrido nos últimos meses”, diz um comunicado do conjunto de entidades.

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O cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Conselho Indigenista Missionário, esteve presente na missão de direitos humanos em apoio às comunidades Avá-Guarani.

A missão visitou as retomadas indígenas Arakoe, Araguaju e Yhovy, situadas nos municípios de Guaíra (PR) e Terra Roxa (PR). Durante o encontro, a cacica Paulina Avá-Guarani, da tekoha Yhovy, relatou à delegação diversos episódios de violência, incluindo uma emboscada em janeiro que resultou em quatro feridos, entre eles o líder espiritual da comunidade.

“Estamos usando nossos corpos como escudo para defender nosso território ancestral”, afirmou Paulina, enfatizando a persistente luta pela demarcação das terras indígenas, apesar dos inúmeros desafios.

A Terra Indígena Guasu Guavirá, que abriga aproximadamente 5.000 AváGuarani, está em processo de demarcação. “Nos últimos dois meses, os atos de violência e invasões de terras por fazendeiros têm se intensificado, à medida que as comunidades indígenas resistem nas áreas retomadas, enfrentando o confinamento em pequenos territórios”, seguem as entidades.

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