Ignorado pela campanha de Lula, Suplicy cobra Mercadante aos gritos
Petista prometeu lutar para incluir no plano de campanha o seu programa de renda mínima; proposta estava citada nas diretrizes de Lula
O vereador Eduardo Suplicy (PT) queixou-se de ter sido ignorado pela campanha de Lula e de nem sequer ter sido convidado para o lançamento das diretrizes do programa de governo da chapa com Alckmin à Presidência, que aconteceu nesta terça-feira, 21.
Durante a apresentação do documento, Suplicy interrompeu o coordenador do programa, Aloizio Mercadante, e disse que a equipe não considerou a sua proposta de renda básica de cidadania.
“Está no programa do PT há muitos anos, todo ano. E ele (disse, apontando para Mercadante) tem alguma coisa comigo. Não me convidou pra essa reunião. Sabe com quem que eu soube da reunião, ontem à noite? (…) Continuarei trabalhando muito para que Lula e Alckmin instituam a renda básica de cidadania”, disse o ex-senador, que foi aplaudido pelos correligionários.
O próprio Lula, no entanto, não se manifestou. Mercadante agradeceu a intervenção de Suplicy e respondeu que a proposta do vereador está inclusa nas diretrizes, de forma genérica, em um dos itens que fala sobre o Bolsa Família (veja abaixo).
“Vai ser discutido junto com a coordenação, num momento oportuno. As diretrizes estão definindo só as linhas gerais do programa (…) mas vai ter que discutir democraticamente, porque é assim que nós funcionamos. Tem uma coordenação de sete partidos, e o senhor será tratado com toda a deferência, mas com o mesmo direito que todos os outros têm de apresentar propostas”, disse o ex-ministro da Educação.
Veja o item que trata do Bolsa Família
20. Um programa Bolsa Família renovado e ampliado precisa ser implantado com urgência para garantir renda compatível com as atuais necessidades da população. Um programa que recupere as principais características do projeto que se tornou referência mundial de combate à fome e ao trabalho infantil e que inove ainda mais na ampliação da garantia de cidadania para os mais vulneráveis. Um programa que, orientado por princípios de cobertura crescente, baseados em patamares adequados de renda, viabilizará a transição por etapas, no rumo de um sistema universal e uma renda básica de cidadania.