No dia em que uma bomba atômica desabou sobre a república, passou quase despercebido um elemento de enorme importância visto na operação deflagrada pela Polícia Federal hoje de manhã.
Foi a primeira vez que um procurador da República apareceu afogado no lamaçal que tomou o país.
Ângelo Goulart Villela atuava como agente duplo dentro da Procuradoria da República do Distrito Federal, passando informações a Joesley Batista sobre as investigações que miravam nele e na JBS.
Logo que passou a atuar na força-tarefa responsável pela Operação Greenfield, seus colegas começaram a desconfiar de seu comportamento.
Informações sigilosas discutidas apenas nas salas trancadas do Ministério Público apareciam nos argumentos e nas petições dos advogados da JBS.
A partir de então, Villela passou a ser alvo de um monitoramento permanente, em que foram flagrados diálogos escabrosos dele com Joesley. Já seria batom na cueca, mas havia mais.
Obviamente, ele também foi delatado por seu antigo parceiro de crime.
Na Procuradoria, suspeita-se inclusive que, graças a Villela, Joesley não foi preso na semana passada, quando a PF foi às ruas e não encontrou o empresário, que estava nos Estados Unidos.