Fechada desde 2020, a sede principal da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, deverá reabrir no dia 13 de maio. O anúncio foi feito ao G1 pela presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca, Maria Dora Mourão, que assumiu a gestão da instituição no ano passado.
De acordo com a nova diretora, a sala principal de cinema, com capacidade para 210 pessoas, deverá exibir filmes de quinta a domingo. As exibições ao público estavam suspensas há pelo menos três anos.
Após imbróglio que envolveu governo federal, Ministério Público e sociedade civil, o prédio principal da Cinemateca, na Vila Mariana, voltou a funcionar parcialmente em novembro do ano passado. A SAC venceu o então edital e vai fazer a gestão pelos próximos cinco anos.
Entre incêndios e alagamentos, os prédios que compõem a Cinemateca tiveram denúncias de abandono nos últimos anos.
No início de 2016, um incêndio atingiu um dos galpões na sede principal, na Vila Mariana, destruindo centenas de obras e rolos de filmes. Quatro anos depois, em 2020, uma enchente alagou outro galpão, na unidade da Vila Leopoldina, destruindo fotografias, livros e móveis.
Em julho do mesmo ano, o Ministério Público Federal entrou com uma ação contra a União por abandono da instituição. Na mesma época, funcionários ficaram sem salários e acabaram demitidos depois que o governo federal assumiu a gestão.
Em maio de 2021, o MPF acabou suspendendo o processo depois que o governo se comprometeu a mostrar ações em até 45 dias. Dois meses depois, a Justiça deu mais 60 dias para as ações de preservação — ocasião na qual a Procuradoria alertou para o risco de incêndio.
Foi o que aconteceu — em 29 de julho de 2021, o galpão da Vila Leopoldina pegou fogo. Até hoje, as investigações não apontaram as causas do incidente.