Veja como são as coisas. Em fevereiro do ano passado, o governo de Jair Bolsonaro trocou juras de amor com governadores num evento realizado em Brasília.
Era o começo do mandato de Jair Bolsonaro e o discurso de pacto federativo – leia-se repassar uma fatia maior do orçamento federal aos estados — soava como música aos ouvidos dos governadores, muitos chefes de máquinas administrativas falimentares.
A relação parecia tão boa, tão harmoniosa, que auxiliares de Bolsonaro, responsáveis pela articulação política com o Congresso, apostavam nos governadores para montar a “base política” do governo no Legislativo.
Um ano se foi e o momento vivido pelo governo é completamente diferente. Bolsonaro acaba de chamar todos os governadores para a briga ao propor um “desafio” sobre o ICMS dos preços dos combustíveis.
“Eu zero o federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito. Tá ok?”, disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
O ICMS dos combustíveis, como se sabe, é uma das principais fontes de arrecadação dos Estados.
Ao mexer nessa ferida, Bolsonaro recebeu uma enxurrada de críticas: “irresponsável, inconsequente, populista…” foram alguns termos usados pelos governadores contra Bolsonaro.