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Deputado revela autismo e relata rotina de desafios no mandato na Câmara

Fenômeno de votos em 2022, Amom Mendel começou a sofrer ataques após aparecer bem colocado em pesquisas de intenção de voto para Prefeitura de Manaus

Por Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 Maio 2024, 08h17 - Publicado em 28 out 2023, 14h01
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  • O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) discursa na tribuna do plenário da Câmara
    O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) discursa na tribuna do plenário da Câmara (Câmara dos Deputados/Divulgação)

    Após aparecer bem cotado em pesquisas para as eleições municipais, Amom Mendel virou alvo de ataques em Manaus por seu comportamento atípico. O deputado, de 22 anos, resolveu revelar que convive com diagnóstico de autismo desde os 14. 

    “Há um certo preconceito no meio político em ataques que eu tenho sofrido por adversários e na imprensa local, que levantam essa expressão como se fosse um defeito. Quando, na verdade, é simplesmente uma característica”, disse o deputado ao Radar.

    Amom admitiu que costumava “cair nessa casca de banana” que os opositores colocavam à sua frente e resolveu afirmar suas características para deixar de se incomodar com as provocações. Mais do que uma resposta aos adversários, ele garante que políticas públicas para autistas serão pautadas no seu mandato — focado hoje em questões ambientais

    “Eu quero abraçar a pauta da inclusão de pessoas autistas, como eu nunca fiz antes”, afirmou.

    No dia-a-dia, Amom tem dificuldades com sons muito estridentes e leva um redutor de ruído auricular e um fone de ouvido para sessões da Câmara para evitar incômodos com os parlamentares mais exaltados. Quem prestar atenção no deputado em plenário, vai notar uma “cordinha” pendurada na calça, que são os artifícios usados para mitigar os efeitos dos sons estridentes. 

    “Eu fico um pouco no escanteio, sentado no canto, mas eu faço as intervenções que tem que ser feitas. E aí, nessas questões, de gritarias, eu simplesmente uso fone de ouvido e, ocasionalmente, quando é algo muito exagerado, eu aciono a função de cancelamento de ruídos ou uso um redutor auricular”, conta. 

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    Ele afirma que conseguiu superar a maior parte das dificuldades com terapia e com uma estratégia chamada “masking”, uma estratégia que as pessoas dentro do espectro autista usam para “esconder” certos comportamentos, de forma consciente ou inconsciente. Apesar de camuflar atitudes consideradas atípicas, a técnica exige um gasto de energia excessivo. 

    Por outro lado, ele acredita que outra característica do transtorno, o hiperfoco, pode ser uma vantagem no trabalho parlamentar. Amom se debruça sobre documentos e temas específicos por mais de 12 horas sem cansar e não enjoa de discutir o mesmo assunto por dias.

    Eleito vereador em 2020 num pleito com menor contato com o público na rua devido à pandemia de Covid-19, Amom usou feitos do mandato como ativo político para se eleger deputado federal em 2022. Algumas das pautas de seu mandato tiveram espaço na mídia nacional e deram visibilidade ao parlamentar.

    Ele denunciou ao Ministério Público Federal a distribuição de apartamentos populares a nomes ligados ao atual prefeito David Almeida e à sua filha. O assunto virou reportagem no Jornal Nacional; Amom também apresentou um dossiê com alimentos vencidos em cestas básicas pela Prefeitura e pediu afastamento da secretária municipal. 

    Outra iniciativa de destaque foi a oposição a uma obra milionária de um anexo à Câmara de Vereadores, que ficou conhecido na imprensa como “puxadinho da Câmara Municipal”. O projeto foi abortado por David Reis, presidente da Câmara e aliado do prefeito.

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    A presença na mídia e nas redes sociais garantiram a Amom relevância para se tornar, com um segundo de propaganda de TV, o deputado proporcionalmente mais votado do país — com apoio de 288.555 eleitores, 14,5% do total de votos válidos no Amazonas. O parlamentar, no entanto, ainda não decidiu se vai concorrer nas eleições de 2024. 

    “Não há hoje uma articulação de pré-campanha montada ou algo do tipo da minha parte, porque a demanda por eventuais candidaturas não partem de mim, mas de questões partidárias”. 

    Pessoas próximas a Amom afirmam que o deputado considera a possibilidade de sair do Cidadania por conta da federação com o PSDB e a forte influência dos tucanos nas votações da bancada na Câmara. Ele foi eleito vereador pelo Podemos e antes de se filiar ao Cidadania, chegou a anunciar nas redes sociais que iria ao União Brasil, mas o acordo não se concretizou. 

    Em levantamento do Paraná Pesquisas de intenção de votos para a Prefeitura de Manaus, divulgado em maio, o deputado ficou em segundo lugar com 21,4%. O atual prefeito, David Almeida, do Avante, teve 32% e Coronel Menezes, do PL, aparece com 14% das intenções de voto.

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