A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal deve acionar, na próxima semana, a PGR contra Marcos do Val e Eduardo Bolsonaro. A dupla bolsonarista propagou recentemente ataques a delegados que atuam nas investigações do STF contra Jair Bolsonaro. Além da representação na procuradoria, a entidade também vai buscar a Câmara e o Senado para que os parlamentares respondam por quebra de decoro.
A reação aos ataques do filho do presidente e do senador será definida na próxima segunda-feira, numa reunião com delegados ligados à entidade.
No caso do filho do ex-presidente, a entidade avalia a adoção de medida judicial contra o parlamentar e contra a União. Em março deste ano, Eduardo deu uma entrevista em que chamou os investigadores da PF de “cachorrinhos de Moraes”.
Já Marcos do Val, tem usado suas redes sociais para fazer ataques diretos ao delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações da Polícia Federal contra o bolsonarismo no Supremo. Em uma de suas publicações, do Val, que já é investigado por outros crimes, afirmou que a autoridade policial é “capataz” de Moraes e chega a pedir a prisão do delegado.
“É necessário acabar com essa escalada de ataques desenfreados e infundados contra a PF e os delegados federais. Estamos falando de profissionais que atuam com total independência e seriedade. A ADPF não admitirá jamais que nenhum delegado ou delegada federal seja covardemente atacada em decorrência da condução de uma investigação. Iremos sempre atuar de forma combativa e enérgica contra essas situações que, além de exporem moralmente os profissionais, colocam em risco a vida do delegado e de sua família”, diz Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.